
Com a chegada das primeiras frentes frias ao país , aumenta a incidência de falhas em chuveiros elétricos , especialmente a queima da resistência . O fenômeno tem sido observado com maior frequência nesta época do ano, segundo técnicos do setor.
As causas estão associadas ao modo de uso do equipamento durante os meses de inverno e à variação nas condições de pressão e vazão da água.
A previsão meteorológica para esta semana aponta a entrada de uma frente fria no Rio Grande do Sul entre terça (27) e quarta (28), com impacto também em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso .
A massa de ar frio deve atingir a região Sudeste, inclusive São Paulo , entre quinta (28) e sexta (29), com potencial para queda acentuada das temperaturas.
A redução das temperaturas leva ao aumento do uso do chuveiro elétrico em potência máxima e por períodos mais longos, o que eleva a carga elétrica sobre a resistência.
De acordo com o especialista em elétrica Renato Omena, em conversa com o Portal iG , esse padrão de uso sobrecarrega o componente.
“Durante o inverno, o uso do chuveiro elétrico tende a aumentar tanto em frequência quanto em tempo de banho. Isso exige mais da resistência, que pode superaquecer e queimar com mais facilidade se o equipamento estiver desgastado ou mal dimensionado” , afirma.
Fechamento de registro

Um dos comportamentos mais comuns relatados por técnicos é o fechamento parcial do registro de água, na tentativa de aumentar a temperatura da água do banho.
A prática, porém, reduz o fluxo sobre a resistência, comprometendo seu resfriamento. A menor quantidade de água em circulação deixa parte da resistência exposta ao ar, o que eleva o risco de superaquecimento e queima.
Outro fator apontado por Omena é o uso contínuo do chuveiro na posição de temperatura máxima.
“Nessa configuração, a corrente elétrica que passa pela resistência é maior, o que acelera seu desgaste natural” , explica.
Há ainda registros de queimas causadas por entrada de ar na tubulação. Quando o ar bloqueia o fluxo de água, a resistência pode ser acionada sem estar totalmente submersa, o que provoca aquecimento excessivo e danifica o componente. Pressões irregulares na rede hidráulica também contribuem para o problema.
Nem sempre é a resistência
O técnico alerta que nem sempre a resistência é a única responsável pela falha.
“Se a resistência do chuveiro queima com muita frequência, é importante verificar não apenas a peça, mas também a instalação elétrica do imóvel. Fios subdimensionados, conexões frouxas ou disjuntores inadequados podem estar contribuindo para o problema” , diz Omena.
Além de questões técnicas, a qualidade do material influencia na durabilidade do chuveiro. Resistências de baixa qualidade, ou incompatíveis com o modelo do equipamento, têm menor resistência ao uso intensivo típico do período de inverno.
Entre as recomendações para evitar falhas, estão a manutenção periódica dos chuveiros, a verificação das condições da resistência — como espiras encostadas — e a observação da pressão da água.
Também é indicado que o usuário evite trocar a chave de temperatura com o equipamento ligado, hábito que pode provocar microfaíscas internas e comprometer o sistema.
As orientações incluem ainda o uso de produtos certificados, a instalação elétrica dimensionada corretamente e a checagem do sistema hidráulico para garantir que não haja entrada de ar nem oscilações bruscas de pressão.