Um grupo de ex-estudantes do projeto Ismart emitiu uma carta de repúdio contra ex-diretor e atual assessor do Colégio Bandeirantes, em São Paulo. A carta da comunidade vem após o representante do colégio sugerir “agressividade” de bolsistas no colégio, que ficaram revoltados com o suicídio de um aluno decorrente de bullying e ataques homofóbicos na escola .
Os ex-bolsistas se reuniram para falar sobre a estrutura da escola que, constantemente, não prezaria pela inclusão e não acolheria os estudantes de baixa renda.
O que disse o colégio Bandeirantes?
O ex-diretor Mauro Salles Aguiar fez uma declaração dois dias após o suicídio do aluno. Ele falou sobre "o nível de agressividade realmente grande e espantoso" dos bolsistas após estes alunos cobrarem resposta.
Os alunos bolsistas exigiram apoio psicológico para lidar com o trauma, e Aguiar disse que "foi chocante a reação do alunos", e que "escola não é clínica psicológica." Falou, ainda, que os alunos agiram assim diante "essa sociedade de direitos."
O que diz a Carta de Repúdio?
O documento foi assinado por ex-bolsistas do colégio e ex-alunos da rede Ismart (Instituto Social para Motivar, Apoiar e Reconhecer Talentos); a divulgação foi pelo UOL.
Na carta, as pessoas falam sobre anos escolares, desigualdade dentro das instituições de ensino, racismo estrutural e dificuldades consequentes.
Para eles, não reconhecer essa questão e tratar a reação como “agressividade”, é uma falha da escola:
"Ao destacar a 'agressividade' dos estudantes bolsistas sem considerar as dinâmicas raciais e sociais, ainda mais em um momento de luto, o ambiente escolar perpetua o racismo estrutural e falha em formar cidadãos conscientes e empáticos,” diz trecho do manifesto.
“A deterioração da saúde mental dos bolsistas não se deve à falta de acesso a determinados espaços ou atividades realizadas pelos alunos pagantes, mas à exclusão e marginalização que enfrentam diariamente (...) é papel da escola não apenas encaminhar problemas a outras competências, mas iniciar o acolhimento, promover o debate de inclusão e estimular a reflexão sobre a diversidade.”
A carta também enfatiza a necessidade do colégio de ofertar apoio psicológico aos bolsistas após suicídio de colega:
"Não é luxo oferecer suporte psicológico; é uma necessidade. Essa tragédia alerta para uma mobilização coletiva que envolva famílias, escolas, programas de inclusão e a sociedade como um todo(...) a vida de cada jovem importa, e não podemos permitir que o peso das desigualdades apague o brilho do seu potencial".
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