O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis ( Ibama
) prevê que os
focos de incêndio
podem se espalhar pelo país até o final de outubro. Esse cenário, considerado por técnicos do instituto como uma possibilidade real, poderia prolongar a crise das queimadas
por mais 60 dias. Uma das estratégias em análise é a contratação de aeronaves de pulverização agrícola, adaptadas para o combate ao fogo.
Atualmente, aviões particulares estão sendo utilizados para conter os incêndios no Pantanal. O governo gasta, em média, R$ 10 milhões a cada duas semanas com a contratação desses serviços, que são limitados no país. O envio de aeronaves para áreas com focos de incêndio também exige um estudo prévio para garantir pontos adequados para pouso e abastecimento de combustível e água.
Atualizações sobre a situação dos incêndios
Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama, informou que a situação no Pantanal melhorou consideravelmente, mas os focos ainda persistem na Amazônia. Em São Paulo, embora tenha ocorrido uma leve chuva, a identificação dos focos ativos é dificultada pela grande quantidade de fumaça. "A chuva apaga o fogo, mas traz muita fumaça também e dificuldade de identificar pontos ativos", explicou Agostinho.
Também está sendo discutida a contratação de mais brigadistas e a aquisição de equipamentos adicionais para o combate aos incêndios. O Ibama planeja apresentar ao Palácio do Planalto a necessidade de recursos extras para intensificar as ações contra as queimadas em todo o Brasil. Nesta segunda e terça-feira, o núcleo de governo se reunirá na Casa Civil para definir novas estratégias de enfrentamento.
Apoio federal e ações em andamento
O governo enviou a aeronave modelo KC-390 Millenium, da Força Aérea Brasileira (FAB), para Ribeirão Preto (SP) no domingo. Embora a aeronave opere por instrumentos, sua decolagem foi adiada devido às dificuldades de visibilidade. O tenente-brigadeiro Marcelo Damasceno, comandante da Aeronáutica, está em São Paulo para acompanhar os trabalhos. O avião deverá iniciar operações nesta segunda-feira para combater três focos na região de Ribeirão Preto.
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, comentou sobre a situação: "Estamos com toda nossa estrutura ajudando. A fumaça é muito forte e impede de você ver de cima o ponto do incêndio, o nascedouro do incêndio. Ontem ninguém enxergava nada".
Desde sábado (24), o ministro tem mantido contato com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para discutir estratégias de combate ao fogo no interior do estado. No mesmo dia, o governador acionou o Comando Militar do Sudeste e a Defesa Civil, solicitando reforço do governo federal.
Nesta segunda-feira (26), o governador confirmou a prisão de um terceiro suspeito de incêndios criminosos no estado. Anteriormente, dois homens já haviam sido detidos em São José do Rio Preto e Batatais, no domingo.
A Casa Civil está também considerando reforçar as estruturas de combate e fiscalização em três regiões da Amazônia com alta incidência de incêndios: sul do Amazonas, sul do Pará e ao longo da Transamazônica.
Desde junho, o governo criou uma sala de situação para discutir ações de prevenção e controle de incêndios e secas, composta por integrantes de vários ministérios. O grupo realiza reuniões semanais para coordenar as ações necessárias.
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