O amigo do motorista do Porsche que fraturou quatro costelas e teve o baço retirado após o acidente voltou a ser internado em São Paulo. O empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos , conduzia o carro de luxo que acidentou e matou um motorista de aplicativo na zona leste da capital paulista no dia 31 de março.
Marcus Vinicius Machado Rocha teve complicações de saúde e retornou no dia 30 de abril para o Hospital São Luiz, unidade Anália Franco. Ele está há uma semana em leito normal fazendo exames após sentir dores no corpo, e ainda não tem previsão de alta.
Os médicos examinam se há necessidade de Marcus passar por ao menos mais duas cirurgias. Uma das operações seria para retirada dos resquícios do baço que estariam causando incômodo a ele. A outra seria no joelho esquerdo, que teve lesão nos ligamentos.
"O Marcus, após o acidente, ele foi internado ficou em torno de dez dias, teve que fazer uma retirada do baço, colocar drenos do pulmão, mas já foi pra casa e agora foi internado novamente no último domingo [dia , por complicações, devido a retirada do baço. Parece que ficaram pedaços do baço no organismo então ele tá internado em observação para avaliação de uma nova cirurgia", disse o advogado José Roberto Soares Lourenço.
O acidente
O caso aconteceu na madrugada do dia 31 de março, na Avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé, Zona Leste de São Paulo . O acidente tirou a vida de Ornaldo da Silva Viana, que dirigia um Renault Sandero na hora da batida.
Ainda, segundo o MPSP, Fernando ingeriu álcool em dois estabelecimentos antes de dirigir o Porsche. A namorada e um casal de amigos tentaram tirá-lo do veículo, mas o condutor optou por assumir o risco.
Na avenida, que tem o limite de velocidade de 50km/h, o denunciado trafegou a 156 km/h , atingindo a traseira do Sandero. Dentro do Porsche havia Fernando, que se feriu somente na boca, e o amigo do motorista, o estudante de medicina Marcus Vinicius Machado Rocha, que estava no banco do passageiro. Ele teve ferimentos graves, foi parar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por dez dias.
Foragido
Na tarde de sábado (4), uma equipe do 30º Distrito Policial (Tatuapé) foi ao endereço do empresário na Vila Regente Feijó, na zona leste de São Paulo, com o mandado em mãos para cumprir a decisão da Justiça. Como ele não foi encontrado, o condutor do carro de luxo passou a ser considerado foragido.
A SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública) de São Paulo informou ao UOL que as diligências prosseguem visando a localização e captura de Fernando. O mandado de prisão foi expedido também na tarde de sábado (4).
"O juiz de Direito da 1ª Vara do Júri do Foro Central Criminal, doutor Roberto Zanichelli, Cintra, na forma da lei, manda qualquer autoridade policial e seus agentes, a quem este for apresentado, que prenda e recolha a qualquer unidade de estabelecimento prisional deste estado (...) Fernando de Andrade Sastre Filho", diz trecho do documento obtido pelo UOL.
A prisão preventiva foi decretada na noite de sexta-feira (3) por desembargador. João Augusto Garcia, da 5ª Câmara de Direito Criminal, pois havia risco de reiteração da conduta.
"A ligação com atos semelhantes, mesmo instado por pessoas a não dirigir, por seu estado (indicado ainda pelo frentista, que viu o réu sair cambaleando), fazem crer na possibilidade de reiteração em descumprimento de normas", disse na decisão.
Na sexta-feira (3), a defesa anunciou que vai recorrer, mas seguirá a decisão judicial. Eles alegam que as medidas anteriores, como suspensão da CNH e proibição de contato com testemunhas, eram suficientes e que a prisão preventiva é exagerada.
Se entregará
O advogado de Fernando afirmou ao UOL que ele se entregará nesta segunda-feira (6) e que estão buscando garantir sua segurança durante o processo. Devem propor que ele seja encaminhado ao presídio de Tremembé, em SP.
Fernando é réu por homicídio doloso qualificado e lesão corporal gravíssima após um acidente onde Ornaldo Viana faleceu e Marcos Vinicius Rocha ficou ferido.
A Justiça, após o Ministério Público recorrer, emitiu um mandado de prisão, citando testemunhas que afirmaram que o motorista estava visivelmente alcoolizado e dirigindo em alta velocidade.
Além disso, pesou contra ele o histórico de multas por excesso de velocidade e um incidente anterior de racha na avenida Paulista.
Uma mudança de depoimento de uma das testemunhas também foi citada, indicando que o acusado teria pressionado a namorada para negar sua embriaguez antes do acidente.
Quer ficar por dentro das principais notícias do dia? Clique aqui e faça parte do nosso canal no WhatsApp.