Um incêndio em uma pousada na região central de Porto Alegre matou 10 pessoas e deixou outras 13 feridas na madrugada desta sexta-feira (26). Cinco delas estão em estado grave. O local era uma das unidades de uma rede de pousadas e contava com pequenos quartos, camas de solteiro e acolhia população em situação de rua.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, a Pousada Garoa estava funcionando irregularmente, não tinha alvará ou plano de proteção contra incêndio.
Os quartos da pousada podiam ser alugados por R$ 550 por mês, e a rede, que já opera há 13 anos, tinha endereços nos bairros do Partenon, Nonoai, Santana, Cidade Baixa, Jardim Itu, entre outros. A unidade atingida pelo incêndio fica localizada na Av. Farrapos.
Segundo os bombeiros, o fogo se alastrou rapidamente devido à proximidade e tamanho dos quartos, que eram pequenos.
"Nossas pousadas têm como perfil moradores solteiros e sem filhos. Tanto para mulheres, quanto para homens. Cada morador tem o seu quarto individual", afirma o site oficial da pousada.
Confira fotos do interior da unidade antes do incêndio:
Contrato milionário
Ainda, a Pousada Garoa tem um contrato com a prefeitura de Porto Alegre, que foi renovado em dezembro de 2023, custando R$ 225.448,33 mensais aos cofres públicos, totalizando R$ 2,7 milhões por ano.
Em conversa com jornalistas em frente à pousada nesta sexta-feira, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), disse que "a prefeitura vai aportar todos os documentos que tem lá na Fasc [Fundação de Assistência Social e Cidadania da Prefeitura]" para verificar o caso.
"Esse convênio é com uma empresa privada, que não acolhe só moradores em situação de rua, mas tem contratos com a prefeitura, ganhou uma licitação. Isso não vem de hoje, vem lá de 2017", disse ele.
Questionado sobre a falta de alvarás pelo estabelecimento, o prefeito disse que os documentos foram apresentados no momento da licitação, mas que, "entre o papel e a realidade, sempre há uma diferença muito grande".
"Nós vamos ter que revisar ou talvez romper esse convênio com eles. Ao longo do dia, vamos tomar a decisão, mas provavelmente eu caminhe nessa direção de romper com eles", disse Melo.
O prefeito afirmou que ainda precisa checar se as vagas que a prefeitura comprou com a Pousada Garoa eram para essa unidade que pegou fogo, já que trata-se de uma rede de pousadas.
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