Um barco com corpos em decomposição foi encontrado por pescadores à deriva na Baía do Maiaú, próximo à ilha de Canelas, em Bragança, região nordeste do Pará, no sábado (13). Os objetos e documentos encontrados pela Polícia Federal revelam que a nacionalidade de algumas vítimas são da África, mais especificamente região da Mauritânia e Mali.
A PF ainda não descartou a possibilidade de haver outras nacionalidades no barco. Ao todo, nove corpos foram encontrados, sendo oito dentro da embarcação e o nono próximo a ela. Todos aparentam ser do mesmo grupo de vítimas.
Segundo a Marinha, o barco não apresenta danos, o que indica que ele não enfrentou um naufrágio. A embarcação é fabricada com fibra de vidro, e tem aproximadamente 13 metros de comprimento. O veículo estava sem motores ou quaisquer sistemas de propulsão e direção.
O que se sabe sobre o caso?
O barco foi encontrado na região do Salgado. Ele estava na Baía do Maiaú, próximo à ilha de Canelas, que fica na região litorânea de Bragança, cidade que fica cerca de 215 quilômetros da capital do Pará, Belém.
Os pescadores avistaram a embarcação na manhã de sábado (13) . Ao se aproximarem, perceberam que havia corpos dentro do barco e notificaram as autoridades.
Investigações
Um inquérito foi aberto pela Polícia Federal para investigar a nacionalidade das vítimas e a causa das mortes. Uma equipe de papiloscopistas da Polícia Federal de Brasília foi até o local trabalhar na descoberta de identificação das vítimas.
No sábado, a Defesa Civil municipal, bombeiros, Marinha e Polícia Federal estiveram em Tamatateua, onde fica um trapiche do porto mais próximo do barco com as vítimas. O Instituto Médico Legal (IML) também foi acionado.
O capitão dos Portos da Amazônia Oriental, Ewerton Calfa, contou ao canal de televisão local Rede Liberal que o barco encontrado era "aparentemente artesanal". O veículo seguiu para perícia no Instituto Médico Legal, que deve durar até esta terça-feira.
Vítimas
Ainda não é possível saber a identidade das vítimas. Os corpos foram encaminhados ao Instituto Nacional de Criminalística (INC) e do Instituto Nacional de Identificação (INI), em Brasília, para identificar as vítimas.
A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, órgão do MPF para a defesa de direitos humanos, está a frente do caso.
"A investigação criminal deve focar em eventuais crimes cometidos e na responsabilização penal de autores. A investigação cível será para questões de interesse público e na proteção de direitos que não necessariamente envolvem crimes", comunicou o MPF.
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