O PSOL solicitou ao Ministério Público Federal (MPF) que investigue o general Walter Braga Netto, que atuou como interventor da Segurança Pública no Rio de Janeiro durante o governo de Michel Temer. O pedido de investigação está relacionado à nomeação do delegado Rivaldo Barbosa como chefe da Polícia Civil do estado, ocorrida na véspera do assassinato da vereadora Marielle Franco, em 2018. O PSOL encaminhou o documento ao Procurador Geral da República, Paulo Gonet.
Após mais de seis anos do crime, a Polícia Federal realizou a prisão preventiva de Barbosa na manhã deste domingo. Ele é suspeito de ter agido para proteger os mandantes do assassinato. De acordo com a delação do ex-policial militar Ronnie Lessa, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, e Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio de Janeiro, teriam encomendado o homicídio da vereadora.
No documento enviado ao MPF, o partido argumenta que Braga Netto foi alertado sobre as suspeitas de que Barbosa mantinha vínculos com a milícia carioca e, portanto, não seria a escolha apropriada para liderar a corporação.
"Ao nomear Rivaldo Barbosa, Braga Netto deu o poder necessário para o artífice – e uma das cabeças pensantes – da execução de Marielle Franco e Anderson Gomes. Fica o questionamento: qual a motivação do Sr. Braga Netto para ignorar as ligações do Sr. Rivaldo Barbosa com a milícia?", questiona o partido no documento.
Em nota ao jornal o GLOBO, a defesa de Braga Netto afirmou que, durante o período da intervenção no Rio, a seleção e indicação para nomeações eram feitas, exclusivamente, pelo então Secretário de Segurança Pública.
"Durante o período da Intervenção Federal na área da segurança pública no estado do Rio de Janeiro, em 2018, a Polícia Civil era diretamente subordinada à Secretaria de Segurança Pública. A seleção e indicação para nomeações eram feitas, exclusivamente, pelo então Secretário de Segurança Pública, assim como ocorria nas outras secretarias subordinadas ao Gabinete de Intervenção Federal, como a de Defesa Civil e Penitenciária. Por questões burocráticas, o ato administrativo era assinado pelo Interventor Federal que era, efetivamente, o governador na área da segurança pública no RJ", disse a defesa de Braga Netto.
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