Nesta quinta-feira (8) a Polícia Federal realizou a operação Tempus Veritatis , que mirou o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu entorno, acusados de coordenar e financiar ataques contra a democracia que culminaram com a tentativa de golpe de estado no dia 8 de janeiro de 2023.
Na decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes para deflagrar a operação, a PF aponta que os atos golpistas não foram fruto de um desejo popular, como afirmam Bolsonaro e seus apoiadores. De acordo com a investigação, membros civis do governo Bolsonaro e militares da ativa orientaram os manifestantes sobre como e onde eles deveriam agir.
“A representação noticia a realização de reuniões por integrantes civis do Governo Federal e militares da ativa para encaminhar orientações aos manifestantes de como agirem, locais de atuação, além de financiarem e respaldarem suas ações, por meio da Forças Armadas. Os fatos identificados indicam, ainda, a possível arregimentação de militares com formação em forças especial para atuarem no cenário de interesse, ou seja, nas manifestações golpistas”, diz um trecho da decisão do ministro.
O documento também cita que no dia 11 de novembro de 2022, logo após a votação que deu vitória eleitoral a Lula (PT) no 2º turno, o major das Forças Especiais do Exército Rafael Martins (preso na operação Tempus Veritatis) pediu “orientações” ao ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid (foi preso e fez delação) sobre quais seriam os melhores locais para fazer manifestações, e se as Forças Armadas garantiriam a permanência das pessoas no local.
“O ajudante de ordens do Presidente JAIR BOLSONARO confirma que os alvos seriam o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal e sinaliza que as tropas garantiriam a segurança dos manifestantes. Logo após, os dois trocam mensagens de chamamento para as manifestações do feriado de 15. 11 .2022 (Proclamação da República), o que demonstra que os protestos convocados não se originavam da mobilização popular, mas sim da arregimentação e do suporte direto do grupo ligado ao então Presidente JAIR BOLSONARO, como estratégia de demonstração de 'apoio popular' aos intentos criminosos.”
O que se sabe sobre a Operação Tempus Veritatis