General Heleno exalta ditadura na CPI dos Atos Antidemocraticos
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General Heleno exalta ditadura na CPI dos Atos Antidemocraticos

O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)  Augusto Heleno afirmou, em reunião ministerial com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que seria necessário "agir contra determinadas instituições e contra determinadas pessoas" para garantir a vitória de Bolsonaro nas  eleições de 2022.

"Não vai ter revisão do VAR. Então, o que tiver que ser feito tem que ser feito antes das eleições. Se tiver que dar soco na mesa é antes das eleições. Se tiver que virar a mesa é antes das eleições", declarou Heleno, segundo a transcrição da Polícia Federal (PF).

O General Heleno é um dos investigados na Operação Tempus Veritatis , realizada nesta quinta-feira (8) contra militares e ex-aliados de Bolsonaro. A investigação apura a possível tentativa de golpe de Estado. A PF obteve o vídeo da reunião em um computador apreendido na casa do tenente-coronel Mauro Cid , ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

O então ministro do GSI continua: "Eu acho que as coisas têm que ser feitas antes das eleições. E vai chegar a um ponto que nós não vamos poder mais falar. Nós vamos ter que agir. Agir contra determinadas instituições e contra determinadas pessoas. Isso pra mim é muito claro".

Para a PF, a fala "evidencia a necessidade de os órgãos de Estado vinculados ao governo federal atuarem para assegurar a vitória do então Presidente". O "então ministro do GSI afirma de forma categórica que deveriam agir contra determinadas instituições e pessoas", complementa a polícia no documento.

Minuta golpista previa nova eleição

Segundo a decisão assinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes – que determinou os mandados de busca e apreensão e as prisões nesta quinta-feira –, a PF teria descoberto a existência de uma  minuta golpista que previa a prisão de autoridades.

Além dos ministros do STF Gilmar Mendes e do próprio Moraes, a minuta indicava que Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado Federal, também seria preso. O texto do que seria um decreto (caso o golpe planejado se concretizasse) também previa a realização de novas eleições, destituindo o presidente eleito,  Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Após analisar o texto, Bolsonaro teria pedido para retirar as citações a Mendes e Pacheco, mantendo apenas o pedido de prisão contra Alexandre de Moraes. 

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