O advogado Marcelo Shad, que representava a família de Édson Davi, decidiu deixar o caso do desaparecimento do menino de seis anos, que sumiu há mais de um mês na Praia da Barra, no Rio de Janeiro. Segundo uma publicação de Shad nas redes sociais, o desligamento do caso teve motivação “pessoal e ética”.
"Por motivos pessoais, se fez necessário que eu não seja mais o advogado da família do Davi. Tomei essa decisão por conta de vários acontecimentos e cheguei à conclusão de que seria melhor eu me afastar do caso. Penso que fiz o que deveria ser feito, com todas as estratégias.”
“Não vejo mais motivos para ser eu o advogado a continuar no caso, mas obviamente se houver mais alguma situação que eu possa contribuir, ou informação, apoiarei no caso. Nem toda convicção pode ser imposta, temos algumas formalidades e o papel do advogado não é impor nada", afirmou o advogado.
O que já se sabe sobre o caso?
Édson Davi desapareceu na tarde de 4 de janeiro quando acompanhava seu pai, que estava trabalhando numa barraca na areia da praia. O caso foi registrado por Marize Araújo e Édson dos Santos Almeida, mãe e pai do garoto, ao final daquela tarde, na 16ª DP (Barra da Tijuca), e posteriormente transferido para a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA).
As primeiras imagens de câmeras de monitoramento obtidas na praia mostram o menino após ter ido a um quiosque onde, segundo um funcionário, pediu uma prancha de bodyboard emprestada. O barraqueiro negou, porque o mar estava agitado, e Édson Davi voltou à areia.
Por volta das 15h, o menino aparece, numa foto feita por um banhista, jogando bolas com outras duas crianças acompanhadas de um turista argentino, que deixou a praia acompanhando apenas os filhos dele.
Em depoimento, um funcionário da barraca dos pais de Édson Davi contou que viu o menino indo molhar os pés no mar após se sujar na areia por volta das 15h30. Ele disse que chamou a atenção do menino, alertando a criança sobre o perigo causado pela correnteza forte.
Numa gravação feita antes do desaparecimento, Édson Davi estava na beira do mar, por volta das 15h37. A imagem foi feita por uma testemunha que estava mostrando a paisagem e acabou também filmando o menino. Às 15h57 o garoto foi filmado por uma câmera de segurança andando sozinho pelo calçadão e, em seguida, retornando à areia.
A delegacia tem afogamento como a principal hipótese e linha de investigação para o desaparecimento do menino, mas a família rejeita essa possibilidade pois alega que Édson Davi sempre teve medo de entrar na água. O Corpo de Bombeiros segue com equipes na Praia da Barra fazendo as buscas no mar desde a notificação do desaparecimento.