A Polícia Federal (PF) de São Paulo concluiu o inquérito e indiciou o influenciador fitness Renato Cariani, após dez meses de investigações. Cariani é suspeito de desvio de produtos químicos para a produção de drogas destinadas ao narcotráfico.
No relatório final da PF, há o indiciamento do influenciador e de mais dois amigos – Fabio Spinola Mota e Roseli Dorth – pelos crimes de tráfico equiparado, associação para tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Renato Cariani nega as acusações.
De acordo com a PF, há provas de envolvimento dos três a partir de interceptações telefônicas e trocas de mensagens. A investigação, contudo, não pediu que os três fossem presos, e eles devem responder em liberdade, segundo informações do G1.
A resolução da PF foi encaminhada para o Ministério Público Federal, que pode ou não acatar o requerimento e denunciar o grupo pelos crimes. Posteriormente, a Justiça Federal decidirá se os investigados deverão passar por julgamento pelas eventuais acusações.
Cariani, Mota e Dorth são acusados de usar uma empresa química para falsificar notas fiscais de vendas de produtos para multinacionais farmacêuticas. Os insumos, porém, não teriam ido para essas empresas, mas desviados para a fabricação de cocaína e crack, entre 2014 e 2021. As drogas teriam abastecido uma rede de tráfico internacional comandada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC).
Renato Cariani e Roseli Dorth são sócios da empresa "Anidrol Produtos para Laboratórios Ltda", destinada à venda de produtos químicos em Diadema, na Grande São Paulo. Eles teriam conhecimento da rede criminosa e participavam diretamente do esquema, segundo a Polícia Federal. Fabio Mota seria o responsável por esquematizar o repasse ao tráfico.
A investigação apontou o desvio de cerca de 12 toneladas de acetona, ácido clorídrico, cloridrato de lidocaína, éter etílico, fenacetina e manitol, num período de seis anos – substâncias usadas por criminosos na fabricação de cocaína e crack.