A ex-deputada federal Janaina Paschoal usou suas redes sociais para defender o senador Sergio Moro (União-PR), afirmando que é “inadmissível” que o mandato dele seja cassado . Ela é uma das autoras do processo de impeachment que depôs a ex-presidenta Dilma Rousseff, e sempre demonstrou sua simpatia por Moro, que foi o responsável pela prisão de Lula quando era juiz.
“Considero muito sério retirar o mandato do maior desafeto do Governo do momento, por situações que o próprio MPE reconhece não caracterizarem corrupção. Mais inadmissível ainda é tirar esse potencial opositor do jogo eleitoral por nada. Moro pode até estar sendo pego pela própria vaidade, de aceitar salário, staff, carros, motoristas pagos com dinheiro público em período pré-eleitoral. Mas as siglas que pedem sua cassação também mantém seus quadros como funcionários!”, escreveu Janaina.
A ação contra Moro teve início com uma denúncia do Ministério Público Eleitoral, que foi enviada ao Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, e pede tanto a cassação quanto a inelegibilidade do senador por abuso de poder econômico durante o período de pré-campanha em 2022.
Antes de decidir concorrer a uma vaga no Senado, Moro era filiado ao partido Podemos, que financiou seu projeto - malsucedido - de se lançar candidato a presidente da República, o que lhe conferiu muita visibilidade na época. Na visão do Ministério Público, esse fato lhe concedeu uma vantagem desproporcional em relação aos adversários na corrida por uma vaga no Senado.
“A situação em questão não foi uma fraude. Ele não se lançou pré-candidato à Presidência para ter visibilidade. Ele realmente queria concorrer, tanto, que buscou consenso no União Brasil para a sua candidatura, sem sucesso. Considero muito sério retirar o mandato do maior desafeto do Governo do momento, por situações que o próprio MPE reconhece não caracterizarem corrupção”, disse a ex-deputada.
No mesmo post em que defende Moro, Janaina Paschoal insinua a existência de uma perseguição contra adversários políticos do atual governo, que poderiam concorrer às eleições de 2026.
“Minha preocupação não diz com a pessoa, mas com as instituições. Aos poucos, todos os potenciais adversários em 26 estão sendo minados. Bolsonaro, Deltan, Moro... aqueles que assistem calados e tentam ficar bem com os poderosos de plantão podem ser os próximos.”