Defesa Civil de Maceió mantém estado de 'alerta máximo' desde aviso de colapso em uma mina da região
Reprodução / GloboNews - 04.12.2023
Defesa Civil de Maceió mantém estado de 'alerta máximo' desde aviso de colapso em uma mina da região


Moradores de bairros afetados pelo afundamento de terrenos -  que causa risco de desabamentos - provocado pela mineração de sal-gema pela empresa Braskem organizam protestos em Maceió.

O risco de colapso da mina 18 da empresa já forçou cerca de 60 mil pessoas a abandonarem suas casas. O Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB), está convocando manifestantes a se reunirem em frente ao Centro de Apoio Operacional (CAOP) do Ministério Público, na Av. Fernandes Lima, nº 1018, às 6h.


O trajeto dos manifestantes inclui paradas em frente à sede do Ministério Público do Estado, da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas e do Palácio do Governo. 

“Todos nós que fomos expulsos dos bairros Pinheiro, Bebedouro, Mutange, Bom Parto e Farol, e também quem está nas bordas do mapa de risco, queremos cobrar a devida urgência das providências que precisam ser tomadas”, disse em vídeo Alexandre Sampaio, um dos organizadores do protesto.



Outro ato também já está agendado para o dia 13 de dezembro, na região do Jaraguá, com trajeto que passará pela Câmara Municipal de Maceió e em frente à Prefeitura de Maceió. 

Ações políticas 

Na terça-feira (5), será realizado um encontro entre o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), e o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), para tratar do colapso da mina da Braskem. 

O governador alagoano está exigindo a presença de Jean Paul Prates, atual presidente da Petrobras, na reunião. O motivo, segundo Paulo Dantas, é a Petrobras ser uma das maiores acionistas da Braskem. 

No Congresso Nacional, também não faltaram críticas à situação problemática provocada pela empresa. Desde abril, uma comissão externa foi criada pela Câmara, sob coordenação do deputado Alfredo Gaspar (União-AL), para tratar do afundamento causado pela mineradora. 

Ainda no domingo (3), a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) pediu a investigação, responsabilização e suspensão das atividades da Braskem por meio de ofícios enviados à Presidência da República; à Procuradoria-Geral da República (PGR); ao Ministério Público de Alagoas e ao Governo do Estado. 


Por sua vez, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pediu que o presidente em exercício, Geraldo Alckmin, edite uma medida provisória “para ajudar Maceió nesse momento”. 

Entenda o problema 

A atividade de mineração de sal-gema (utilizado para fabricar soda cáustica e PVC) pela Braskem em Maceió levou à evacuação dos residentes de áreas que corriam risco de afundamento do solo. 

Cinco anos depois, a Defesa Civil teve que voltar a monitorar a situação da mina 18, que está se movimentando e corre risco de colapso a qualquer momento . Nas últimas 48 horas, a mina chegou a afundar mais de um metro , enquanto a Defesa Civil se mantém em alerta máximo.


Medindo 500 mil metros cúbicos, a mina localizada a mil metros de profundidade abaixo do bairro Mutange, nas proximidades da Lagoa Mundaú, pode colapsar a qualquer momento, criando uma cratera de tamanho ainda desconhecido.

Em caso de colapso, a água da lagoa deve ocupar a cavidade da mina, criando uma espécie de cratera submersa. Uma das medidas que podem minimizar os riscos é o preenchimento das cavidades das minas com areia, para evitar que o terreno se desestabilize.

Das 35 minas que a Braskem possui, apenas cinco já passaram pelo procedimento. Além disso, a empresa alega que apenas 9 minas têm indicação para realização do preenchimento, que deve ser concluído apenas em 2025. 

Diante da situação dramática à qual a população está sujeita, a Justiça Federal de Alagoas  aceitou pedido de tutela de urgência contra a Braskem pelos danos causados em Maceió. A ação é de R$ 1 bilhão.

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