Uma semana após o aviso de colapso em uma mina em Maceió, a Defesa Civil ainda mantém, nesta segunda-feira (4), o estado de "alerta máximo". O local onde está localizada a Mina 18, da Braskem, no bairro Mutange, pode abrir uma cratera do tamanho do estádio do Maracanã na região.
O alerta da Defesa Civil permanece porque, antes, a velocidade em que a terra cedia na região da mina era medida em milímetros por ano, mas agora passou a ser medida em centímetros por hora, fazendo com que o risco aumentasse significativamente.
Conforme a pasta, o solo continua cedendo em ritmo lento, mas já afundou 1,70m desde o dia 28 de novembro, por isso é necessário manter o alerta na região.
A instabilidade no local aumentou devido a décadas de mineração feita pela Braskem, o que levou à evacuação de mais de 14 mil imóveis em cinco bairros, afetando cerca de 60 mil pessoas.
O risco ainda se agravou já que, somente um ano após o primeiro tremor de terra — que ocorreu em 2018 e chegou a abrir rachaduras em ruas e imóveis —, a empresa encerrou a extração de sal-gema, o minério usado na fabricação de soda cáustica e PVC.
Além dessa, a região tem outras 34 minas sob responsabilidade da Braskem. Na mina 18, o deslocamento entre a tarde de sábado (2) e de domingo (3) foi de 7,4 cm, nas últimas 24 horas.
Nesse domingo, o Ministério de Minas e Energia afirmou que o afundamento do bairro de Mutange está estabilizado e que, caso haja desabamento, será "localizado".
Os moradores da região em torno do bairro já deixaram suas casas, assim como os dos bairros vizinhos, como Bom Parto, Bebedouro e Pinheiro. O colapso da mina, de acordo com a Defesa Civil de Alagoas, não representa mais risco para a população, já que as regiões ocupadas estão a uma distância segura do ponto de risco.
A acomodação do solo da mina por acontecer de forma gradual até que haja estabilização ou de forma abrupta, informou a Braskem.
A empresa ainda disse que vem adotando medidas para o fechamento definitivo dos poços de sal, conforme plano apresentado às autoridades e aprovado pela Agência Nacional de Mineração (ANM).
O plano tem 70% de avanço nas ações, com conclusão dos trabalhos prevista para meados de 2025.