O momento foi gravado e publicado nas redes sociais
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O momento foi gravado e publicado nas redes sociais

O deputado federal, Abilio Brunini (PL-MT) , protagonizou nesta quarta-feira (08) uma confusão generalizada após invadir uma reunião do PSOL na Câmara, que tratava sobre as mortes ocorridas na Palestina. O ato pró-Palestina da legenda não agradou o deputado, que disse que "não podemos permitir usar o parlamento brasileiro para propagar o anti-semitismo".

Brunini publicou nas redes sociais o vídeo em que enfrenta os deputados da legenda, dizendo que a sessão só continuaria se os "cartazes" que fossem retirados da Câmara, dizendo que "isso não foi aprovado". Ele se referia a cartazes com a imagem da bandeira de Israel, com um "X" vermelho cobrindo-a.

No vídeo, é possível ver Brunini discutindo com a deputada Erika Hilton e o deputado Guilherme Boulos. Na legenda, Brunini diz: "Estas práticas de perseguir os judeus, propagar ideias anti Israel, sinalizar prédios onde eles moram, mostrar sinais de aniquilação do povo judeu, são crimes tipificados no Brasil. São crimes de xenofobia, intolerância religiosa, apologia ao n@z1smo, e não podem ser aceito dentro da Câmara Federal."


deputada Erika Hilton expressou o seu descontentamento nas redes, esclarecendo que se tratava de um "ato pelo cessar fogo e contra o massacre na Palestina". "Não permitiremos provocações e que ele cerceia nosso direito de lutar contra o genocídio que está ocorrendo em Gaza."

A deputada Fernanda Melchiona também se pronunciou no Twitter, esclarecendo que Abilio Brunini teve que ser retirado pela Polícia Legislativa Federal (PLF). Ao fundo, é possível ouvir gritos direcionados ao deputado o chamando de "fascista".

Segundo tumulto nesta semana

Na última terça-feira (07), o deputado federal disse durante a sessão da Comissão de Legislação Participativa da Câmara, que discutiu a guerra na Faixa de Gaza, que o envio de ajuda à região seria como dar suporte ao grupo extremista Hamas. Abílio chama o grupo de "terrorista", mesmo o Brasil não usando tal nomenclatura.

Após a fala de Brunini, houve um protesto dos participantes. A ocasião contava com a presença do presidente da Federação Palestina no Brasil, Ualid Rabah, que chamou o deputado de "bandido", "assassino" e "nazista".


A fala do deputado que teria gerado o conflito teria sido após questionar os participantes "quem governa Gaza". "Quem governa a Faixa de Gaza é o Hamas. Vocês estão aqui defendendo o Hamas?", disse o deputado, que foi seguido por um coro que gritava "Palestina Livre".

O deputado publicou um vídeo de oito minutos nas redes sociais com um compilado de momentos da sessão. 

Essa não será a única sessão sobre o assunto. Uma outra sessão está marcada para acontecer, abordando os assuntos a partir de uma ótica israelense. 

Esta primeira sessão sobre a Palestina foi presidida pelo deputado João Daniel (PT-SE), com os seguintes convidados: 

  • Ualid Rabah;
  • a historiadora e diretora do Centro de Estudos Árabes da Universidade de São Paulo, Arlene Clemesha;
  • a representante do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas, Carima Atiyel; 
  • professora do departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB), Berenice Alves de Melo Bento;
  • o professor do Centro de Estudos Latino-Americanos da UnB, Jacques Novion;
  • o presidente do Instituto Brasil-Palestina, Ahmed Shehada;
  • o jornalista, Breno Altman;
  • e o vice-chefe da missão diplomática da embaixada palestina no Brasil, Ahmed Fahkri Al Assad.

Na teoria, a sessão através da visão de Israel aconteceria logo após o fim da primeira. Mas com o tumulto generalizado, a sessão esvaziou, impossibilitando a realização. Os convidados eram:

  • o doutorando em Ciência Política e especialista em Israel e Oriente Médio, André Lajst;
  • o cientista político, Heni Ozi Cukier;
  • o doutor em Ciência Política e pesquisador do Centro Dayan da Universidade de Tel-Aviv, Samuel Feldberg;
  • o advogado e comissário para o combate ao antissemitismo da Organização dos Estados Americanos (OEA), Fernando Lottenberg;
  • o presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Claudio Lottenberg;
  • e o especialista em Direito Internacional, Salem Nasser.

Brunini defendeu que o governo brasileiro não deveria enviar ajuda humanitária à Gaza: "Quem governa Gaza é o Hamas. E o governo brasileiro alimentando o espaço de Gaza em que está mandando o Hamas". ""Gaza tem que ser liberta desse povo comunista e terrorista. O governo brasileiro não deve ficar mandar insumos para a administração em Gaza.", finaliza.

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