Viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF)
Prefeitura de Atibaia - 24/01/2020
Viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF)

Um em cada três veículos parados na  blitz da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante as eleições, em outubro do ano passado, foi abordado no Nordeste, onde o  presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liderava em votos em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A PRF parou 2.887 veículos no Nordeste em fiscalizações de equipamentos obrigatórios e identificação veicular, segundo o jornal O Globo , que obteve os dados por meio da Lei de Acesso à Informação.

Já no Sudeste, a PRF abordou 2.543 veículos.

De acordo com o Ministério do Transporte, apensar de o Nordeste concentrar a maioria das ações da polícia, a região tem somente 17,9% da frota veicular do país. Enquanto isso, o Sudeste tem 47,8%.

No total, 9.133 veículos foram abordados em todo o país.

Números anteriores afirmavam que a PRF havia fiscalizado 2.185 ônibus no Nordeste, contra 571 no Sudeste, entre os dias 28 e 30 de outubro, vésperas e dia do segundo turno das eleições. Os dados são parte de um relatório do Ministério da Justiça entregue à Controladoria Geral da União (CGU).

O ex-diretor-geral da PRF  Silvinei Vasques é investigado pela Polícia Federal em um inquérito sobre as blitz nas eleições. Ele foi indicado ao cargo pelo senador Flávio Bolsonaro (PL) em 2021 e, quando ainda estava à frente da PRF, pediu votos para Bolsonaro em postagens nas redes sociais.

"As operações, e foram inúmeras, foram, segundo o diretor-geral da PRF, que veio ao TSE explicar a questão, realizadas com base no código de trânsito brasileiro, ou seja, um ônibus com pneu careca, por exemplo, era abordado. Isso retardou a chegada dos eleitores aos seus pontos eleitorais, mas em nenhum caso impediu os eleitores de chegarem aos destinos", disse o ministro Alexandre de Moraes antes do fechamento das urnas no segundo turno das eleições.

“Segundo o diretor (da PRF) foi essa questão de interpretação, foram somente feitas intervenções em veículos sem condições de transitar, mas em nenhum momento esses ônibus retornaram à origem, mas seguiram ao destino final”, acrescentou.

Blitz nas eleições

Durante o 2º turno das eleições do ano passado, alguns agentes da PRF efetuaram blitz e bloqueios nas rodovias, o que atrasava ou impossibilitava a chegada dos eleitores nos pontos de votação. Na época, o presidente Lula já apresentava vantagem em relação ao adversário, Jair Bolsonaro.

A PRF retornou com as investigações após encontrar lacunas técnicas na apuração anterior, além dos novos fatos relacionados com a antiga gestão. A corporação passou por uma mudança de corregedor, após a exoneração de Wendel Benevides Matos.

A corporação promoveu investigações internas sobre as ações.

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