Um estudo publicado pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
, fez o levantamento dos ataques
ocorridos em escolas
nos últimos 21 anos. Ao todo, foram 30 ataques, sendo os autores alunos ou ex-alunos. O estudo não contabilizou o último atentado ocorrido em Cambé, no Paraná, que deixou dois adolescentes mortos.
Segundo o levantamento feito, a maior parte dos casos foram registrados em escolas públicas — sendo duas delas militarizadas. Ao todo, os ataques atingiram 13 estaduais, 12 municipais e 6 particulares. Trinta e seis pessoas foram mortas nos ocorridos.
O estudo revela que mais da metade dos ataques foram realizados apenas entre fevereiro de 2022 e maio de 2023. Do total de ataques, 14 foram feitos com o uso de armas de fogo e 13 com armas brancas. Dos casos registrados com arma de fogo, seis jovens tinha o equipamento em casa.
As autoras do estudo, Telma Vinha e Cleo Garcia, que integram o Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral, ligado a instituições como Unicamp e Unesp, mostram que não há uma motivação evidente nos casos. Além disso, conseguem analisar que a maior parte dos ataques não estão concentradas em regiões muito vulneráveis.
O grupo de estudos fez uma correlação entre os casos, a letalidade a disponibilização de armas de fogo no território brasileiro. Eles analisaram junto os dados divulgados pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública e do Instituto Sou da Paz. Segundo os números, nos últimos quatro anos cresceu em 473% as licenças para o uso de arma de fogo no Brasil.
O levantamento, segundo as pesquisadoras , visa mostrar os pontos em comum nos caso, e, assim, trabalhar em uma política de maior controle de armas de fogo e regulação das plataformas digitais para não circular livremente os discursos de ódio. Além disso, conseguir construir um protocolo de prevenção, adequado para os diferentes tipos de escolas.