Hamilton Mourão, senador e ex-vice-presidente
MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
Hamilton Mourão, senador e ex-vice-presidente

Em um texto publicado pelo "Correio Braziliense", o ex-vice-presidente e atual senador, Hamilton Mourão, teceu elogios ao golpe de Estado ocorrido no Brasil em 1964. A publicação é em comemoração aos 59 anos da instauração da ditadura militar no país, ao qual o senador chama de "revolução de 31 de março".

No texto, Mourão diz que "somam-se ataques às Forças Armadas desfechados nesta semana em mais um aniversário da Revolução de 31 de março de 1964". Para o senador, a "intervenção no processo político" foi necessária para "conter a subversão armada, a violação da soberania nacional, a anarquia institucional, a eclosão da guerra civil e o caos social". Ele reforça que o "regime que empreendeu as maiores reformas de sua história" foi sustentado pelas Forças Armadas juntamente com a sociedade.

Por isso, Mourão explica que é "impossível" que não seja encontrado indícios de que as "reformas" do período modificaram e "dinamizaram" a sociedade, fazendo-a "fortalecer a democracia", além de afirmar que está foi a "primeira vez que um regime foi instaurado sem golpe de Estado".

"A revolução que se iniciou por causa de um problema militar, a indisciplina e a subversão nos quartéis, terminou com a grande contribuição militar para a estabilidade política do país: a despolitização das Forças Armadas, a estruturação de sua doutrina de preparo e emprego e a profissionalização dos seus quadros", escreveu o senador.

Quando necessário falar dos erros do processo, Mourão chama de "acidentes, tropeços e retrocessos”."O regime de 1964 não pode ser julgado pelo autoritarismo que caracterizou não apenas ele, mas boa parte da política brasileira do século XX. Deve sê-lo pelo legado”, completou.

Para o ex-vice-presidente, os militares sabem "muito bem" do papel que tiveram no cuidado da democracia, e completou dizendo que "quem parece não conhecer são os que, achando-se donos da história, querem dirigir o país com os olhos no retrovisor", fazendo alusão ao atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) .

Esta não é a primeira vez que Hamilton Mourão chama o golpe de 1964 de "revolução democrática". No Dia do Exército de 2022 (19 de abril), ele homenageou a data em publicação no Twitter, e disse que o Exército Brasileiro tem um grande histórico de vitórias, como a Guerra do Paraguai, a 2ª Guerra Mundial e a “Revolução Democrática de 1964”. Houveram outras vezes que o senador exaltou o golpe.

A ditadura militar, que durou cerca de 21 anos, completou 59 anos nesta sexta-feira. O período foi marcado pela censura, desrespeito aos direitos humanos, políticos e individuais, por opressão do Estado.

Em 2014, um documento apontou 434 mortos e desaparecidos no período, além de 230 locais de violação dos direitos humanos. Além disso, 377 pessoas foram responsabilizadas pelos crimes cometidos.

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