Ministro Alexandre de Moraes atendeu um pedido do ministro Benedito Gonçalves, do TSE
Nelson Jr./SCO/STF - 02.12.2021
Ministro Alexandre de Moraes atendeu um pedido do ministro Benedito Gonçalves, do TSE

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou nesta segunda-feira (23) que a Polícia Federal (PF) entregue uma cópia da minuta de um decreto com teor golpista ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O documento foi encontrado na casa do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres.

A minuta previa uma intervenção em estado de defesa no TSE para investigar as interferências do tribunal nas eleições de 2022. O decreto abriria brecha para a mudança no resultado do pleito que deu vitória a Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O decreto, encontrado na casa de Torres, ainda previa que a maioria dos interventores no TSE seriam militares. O então presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), também tomaria as rédeas das investigações.

A elaboração do documento é investigada pela Polícia Federal e pelo STF. Na última semana, o ministro do TSE Benedito Gonçalves pediu uma cópia para anexar em uma ação que investiga Bolsonaro. A minuta deve ser entregue ainda nesta segunda-feira.

Em depoimento, Anderson Torres negou ter elaborado o decreto e disse que recebeu o documento de um eleitor. Ao juiz, ele afirmou não contestar o resultado das eleições e das urnas eletrônicas, e não se colocou como membro da ‘guerra ideológica’.

"Fora daqui, se a gente tiver oportunidade... vários ministros do Supremo Tribunal Federal são testemunhas de que eu fui na casa de vários deles para buscar o equilíbrio. Eu não estou mentindo, eu não sou maluco”, disse Torres. 

Essa guerra que se criou no país, essa confusão entre os Poderes, essa guerra ideológica, eu não pertenço a isso, eu sou um cidadão equilibrado e essa conta eu não devo”, concluiu.

O ex-presidente Jair Bolsonaro, que também é investigado pela suprema Corte, disse que o documento é ‘apócrifo’. A defesa de Bolsonaro ainda pediu que a minuta fosse retirada da investigação que envolve o ex-presidente.

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