O presidente
da República, Luiz Inácio Lula
da Silva (PT), disse em coletiva com jornalistas setoristas no Palácio do Planalto, que as Forças Armadas
devem trabalhar conforme especificado na Constituição:
"[sendo a] defesa do povo brasileiro e da soberania contra possíveis inimigos externos". Está definido na Constituição e é isso que quero que façam bem feito”, completou o presidente
.
Lula
disse aos jornalistas que chegou a relatar aos chefes das Forças Armadas
os casos de familiares de militares presentes nas manifestações que pediam um golpe de Estado. Para o
petista, isso gerava um incômodo e acabaram ficando instalados nos acampamentos, segundo ele, por "muito tempo".
Para Lula , é necessário que o Executivo tenha uma "relação civilizada" com os militares, sendo trabalhado isso nos dois primeiros mandatos dele. "Eu convivi por oito anos muito bem com as Forças Armadas [...], não tenho má imagem [com eles]". O chefe do Executivo ainda utilizou o momento para alfinetar o ex- presidente Jair Bolsonaro (PL), ressaltando que o ex-capitão foi expulso do Exército por má conduta, mas ainda assim conseguiu apoio dos mesmos. "Bolsonaro mudou o comportamento de muita gente nesse país".
Na coletiva, Lula exaltou a formação do ministério, além de dizer que agora vão "normalizar esse país, com cada um cumprindo a sua função". "É o Congresso votar sem precisar de orçamento secreto, é o presidente da República executar o Orçamento tal como foi aprovado, de acordo com orientações e cumprimento do TCU. E as Forças Armadas cumprirem seu papel. Sou contra a judicialização da política e politicagem do Judiciário. Se cada um voltar a cumprir suas funções, esse país volta a viver tranquilo", acrescentou.
Ao ser questionado sobre não decretar uma Garantia de Lei e da Ordem (GLO), como forma de contenção dos atos golpista vistos desde domingo (08) em Brasília, Lula disse que "aí sim, estaria acontecendo o golpe que as pessoas queria".
"Se eu tivesse feito GLO, eu teria assumido a responsabilidade de abandonar a minha responsabilidade. O Lula deixa de ser governo para que algum general assuma o governo. Quem quiser assumir governo que dispute eleição e ganhe. Por isso eu não fiz GLO", declarou o petista.
Estavam presentes no encontro a primeira-dama Janja da Silva, o ministro da Secom, Paulo Pimenta, e o secretário de imprensa, José Chrispiniano.