José Eduardo Neves Cabral, filho do ex-governador Sérgio Cabral, teve a saída do condomínio onde mora na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, registrada minutos antes de a Polícia Federal chegar para prendê-lo. Ele deixou o prédio às 5h28 da última quarta-feira (23). No dia seguinte, entregou-se na Superintendência da Federal na Zona Portuária, quando já era considerado foragido. As imagens foram exibidas pelo Fantástico, da TV Globo, e confirmadas pelo DIA junto a fontes da PF.
José Eduardo
é dono da produtora ZC Entretenimento, de eventos, feiras e shows. Ele tem 26 anos e é filho do ex-governador com a primeira mulher, Suzana.
O filho do ex-mandatário Fluminense é acusado de ser um dos gerentes da organização criminosa que causou um prejuízo de R$ 2 bilhões à União ao sonegar impostos na venda de cigarros. Segundo as investigações da PF, o grupo é comandado por Adilson Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho, que está foragido nos Estados Unidos. Ele também seria um dos administradores da Companhia Sulamericana de Tabacos, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, que fornecia os maços para o esquema. O mandado de prisão dele foi incluído na difusão vermelha da Interpol.
Os dois teriam se conhecido quando José Eduardo promoveu uma festa milionária para Adilson no Copacabana Palace.
José Eduardo, que está preso junto com o pai numa unidade da PM, é acusado pelo Ministério Público Federal de ser responsável pela tarefa de emitir notas fiscais falsas, determinar que seguranças extorquissem dinheiro e ameaçassem comerciantes para vender apenas os cigarros da Sulamericana. Além de ocultar, dissimular valores e enviar dinheiro ao exterior.
A investigação afirma que a quadrilha tinha participação, ao todo, de 27 pessoas. Na manhã desta segunda-feira (28), mais três alvos da operação Smoke Free, com mandados de prisão preventiva expedidos em seus nomes, se apresentaram à Superintendência Regional da PF no Rio de Janeiro. Com isso, sobe para 17 o número de presos, segundo confirmou a PF à reportagem. O grupo era dividido em cinco níveis: chefia, gerência, operadores, segurança e o setor de lavagem de dinheiro. Quinze PMs e um agente da própria PF de nome Alan Cardoso Inácio de Assis, que está foragido, são acusados de ligação com o esquema. A Justiça determinou ainda o bloqueio de bens dos acusados no total de R$ 300 milhões.
Procuradas, tanto a defesa de José Eduardo quanto a de Adilson não responderam aos questionamentos da reportagem até o fechamento da matéria. Caso façam, o conteúdo será atualizado.
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