José Cabral foi preso nessa quinta-feira (24)
Reprodução / TV Globo
José Cabral foi preso nessa quinta-feira (24)

A Justiça Federal determinou que o empresário José Eduardo Neves Cabral, filho do ex-governador Sérgio Cabral , seja transferido para o mesmo presídio do pai, o Batalhão Especial Prisional da PM, no Rio de Janeiro . Ele era procurado pela PF desde a última quarta-feira (23) por conta da ordem de prisão da Operação Smoke Free, que investiga comércio ilegal de cigarros, e foi detido nessa quinta (24) .

A unidade prisional é para onde, geralmente, vão autoridades e militares presos, o que não é o caso do filho do ex-governador.

Na noite de ontem, após se entregar à PF , a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) informou que ele tinha dado entrada no Presídio Frederico Marques, em Benfica , onde ficaria para aguardar a audiência de custódia.

Com a prisão do filho de Cabral , a operação soma 13 presos e R$ 400 mil em dinheiro apreendido, além de celulares, joias, veículos de luxo, aparelhos eletroeletrônicos e cigarros clandestinos.

De acordo com a PF , o grupo investigado teria causado prejuízos de cerca de R$ 2 bilhões à União. Na operação , a polícia conta com o apoio da US Homeland Security Investigations, a Agência de Investigações de Segurança Interna dos Estados Unidos.

A investigação do caso começou em 2020 e, segundo a PF , desde 2019 "o grupo criminoso atuava reiteradamente, com falsificação ou não emissão de notas fiscais, depositava, transportava e comercializava cigarros oriundos de crime em territórios dominados por outras organizações criminosas, como facções e milícias".

Como consequência disso, a corporação informou que havia lavagem de dinheiro dos recursos obtidos de forma ilegal, além de remeter altas quantias de dinheiro ao exterior de forma irregular.

Ao receber a notícia do pedido de prisão do filho, Sérgio Cabral passou mal e desmaiou a cadeia . Ele foi atendido na enfermaria da unidade.

Conforme os investigadores, a quadrilha também contava com uma "célula de serviço paralelo de segurança", coordenada por um policial federal e integrada por policiais militares e bombeiros.

"O grupo econômico que suporta a organização criminosa investigada é devedor contumaz da União e possui débito tributário de aproximadamente R$ 2 bilhões, segundo informado pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional", afirmou a PF.

Os integrantes do grupo podem responder pela prática de crimes de sonegação fiscal, duplicata simulada, receptação qualificada, corrupção ativa e passiva, lavagem de capital e evasão de divisas. Caso sejam condenados, podem pegar 66 anos de prisão .

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