Presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na COP27
Kiara Worth/UNclimatechange - 16.11.2022
Presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na COP27

Em carta entregue ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) , os governadores da  Amazônia Legal disseram reconhecer que o modelo de exploração da região não conseguiu reduzir a desigualdade dos moradores locais. No texto, eles afirmaram que querem estruturas mais eficientes para parcerias com a comunidade internacional e uma nova cooperação entre os estados da região e o governo federal.

A carta entregue pelo governador paraense Helder Barbalho (MDB), no entanto, não cita o desmatamentoBarbalho assumiu a presidência interina do consórcio, que agrupa nove governadores da região. "A saída para a adequação da economia brasileira no pós-pandemia passa, necessariamente, pela Amazônia", diz o texto.

"A Amazônia é uma região de superlativos, contradições, desafios e oportunidades. A Amazônia também é um espaço multicultural cuja diversidade é um dos elementos que definem a identidade brasileira. A riqueza dos seus recursos naturais foi o motor, em diferentes momentos históricos, do desenvolvimento econômico e da projeção geopolítica do Brasil", disse Helder Barbalho, lendo a carta no evento, na COP27, que acontece no Egito.

"As transformações econômicas então geradas foram, porém, incapazes de reduzir as desigualdades e erradicar a pobreza extrema. O modelo de desenvolvimento vigente, para ser economicamente pujante, trouxe o custo de ser ambientalmente devastador e socialmente excludente", acrescentou.

"Mudar isso requer uma nova cooperação entre os Estados da Amazônia legal e o Governo federal, orientada pela ciência, pela estabilidade e reforço institucional e impulsionada pela determinação e pela vontade política de ambas as partes."

Segundo o texto, não poderá haver um Brasil "verdadeiramente desenvolvido, convivendo com uma Amazônia cuja maioria da população permaneça em condições que afrontam a sua dignidade, pela falta de saneamento, pela desnutrição e pelas carências nas áreas de saúde, educação e infraestrutura".

A carta também ressalta a importância da "urgência" pela  emergência climática e pela busca de soluções. "Esse imperativo requer um diálogo com a comunidade internacional, com vistas a estruturar parcerias mais eficazes", afirmaram os governadores.

O texto também cita a necessidade de "alto senso de responsabilidade pública" de cada governador que deve "liderar uma região vasta, complexa e essencial para o desenvolvimento do Brasil e a manutenção de fatores determinantes à existência humana neste planeta, como é a Amazônia".

Barbalho encerrou a fala pedindo que Lula candidate o Brasil para hospedar a COP em 2025 na Amazônia —  solicitação acatada pelo petista e inclusive mencionada em seu discurso na Organização das Nações Unidas (ONU), no início da tarde desta quarta.

"Vou defender veemente que a COP seja realizada no estado amazônico, para que as pessoas que defendem tanto a Amazônia tenham noção dessa parte do mundo, que nós, sozinhos, não teremos força nem dinheiro para cuidar com o cuidado que a Amazônia precisa ser cuidada", afirmou Lula.

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