O locutor Alex Sandro Soares, de 45 anos, denunciou ter sido alvo de ataques racistas próximo ao Quartel General do Exército, no Distrito Federal, durante protestos antidemocráticos promovidos por apoiadores do presidente em exercício Jair Bolsonaro (PL). Nas redes sociais, Alex relatou que estava tirando fotos para um trabalho da faculdade quando um homem teria se aproximado do veículo em que estava junto da esposa e passado a provocá-lo. A ocorrência foi registrada na 3ª Delegacia de Polícia, em Cruzeiro, e o caso será investigado.
"Fui agredido com socos, chutes, bateram, fizeram meu carro de bateria de escola de samba", afirmou Soares em vídeo publicado no Instagram. "Fui xingado, injuriado, chamado de 'macaco', de 'baleia'. 'Sai daqui, seu porco gordo'."
Depois do ocorrido, o locutor gravou um vídeo em uma clínica, onde esteve para fazer uma tomografia. Ele conta que ficou com um galo na cabeça e que não conseguia ouvir de um ouvido, devido às pancadas. Além da dor física, a dor emocional também tomou conta de Alex, que disse estar "emocionalmente distruído". "Só quero justiça", desabafou.
Em nota, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI) afirmou que "está "monitorando diversos relatos de profissionais de imprensa (repórteres, cinegrafistas e fotógrafos) que têm denunciado hostilização e ataques durante a cobertura dos protestos antidemocráticos, organizados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL)".
A entidade disse condenar "as ações que buscam impedir a imprensa de exercer o seu trabalho de informar a população e exige que as autoridades públicas e agentes de segurança tomem ações urgentes para garantir condições seguras para o exercício do jornalismo".
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), a Associação Nacional de Editores de Revistas (ANER) e a Associação Nacional de Jornais (ANJ) também se pronunciaram e repudiaram os atos de violência, ameaças e hostilidades contra os profissionais da imprensa por parte de manifestantes.
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