Presidente Jair Bolsonaro (PL)
Wilson Dias/Agência Brasil - 20/06/2022
Presidente Jair Bolsonaro (PL)

O presidente Jair Bolsonaro lamentou a morte do cabo da Polícia Militar Bruno Costa, de 38 anos, durante confronto no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio, na manhã desta quinta-feira. A operação que matou o policial também deixou ao menos outras 17 pessoas morta s, entre elas Letícia Marinho Salles, de 50 anos, mãe de três filhos. Bolsonaro, no entanto, não comentou as outras mortes.

“Um fato lamentável hoje no Rio de Janeiro, o cabo Bruno de Paula Costa faleceu vitimado aí por confronto com bandidos, ele que estava na Unidade de Polícia Pacificadora, UPP, Nova Brasília. Foi socorrido, não resistiu, tinha 38 anos, deixa viúva e dois filhos portadores do espectro autista”, afirmou Bolsonaro na live.

No local aconteceu uma ação da PM em conjunto com a Polícia Civil para combater o roubo de veículos, de carga e a bancos. Equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) estão na ação. Há pelo menos 400 policiais, com apoio de quatro aeronaves e de 10 veículos blindados. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) também participa da operação.

Os agentes também atuam nas comunidades do Juramento e Juramentinho, nos bairros de Vicente de Carvalho e Tomás Coelho. As equipes são lotadas no 3º BPM (Méier), no 41º BPM (Irajá) e em outros batalhões do 2º Comando de Policiamento de Área (Zonas Norte e Oeste do Rio).

Mais cedo, a Defensoria Pública do Rio afirmou que havia indícios de "situações de grave violação de direitos, com possibilidade desta ser uma das operações com maior índice de mortos no Rio de Janeiro".

Bolsonaro afirmou que a decisão do Supremo Tribunal Federal de limitar operações policiais nas favelas durante a pandemia foi responsável por aumentar a "bandidagem" na região.

“Nossos sentimentos à família, lamentamos o ocorrido, e obviamente, né. Até hoje, o Rio de Janeiro tem área de exclusão, onde a Polícia Militar não pode agir, por decisão do Supremo Tribunal Federal e a bandidagem cresce nessa área. E a polícia militar fica com dificuldade de combater esses marginais.”

No início do ano, o STF julgou a ação conhecida como "ADPF das Favelas", que trata de medidas para o combate à letalidade em operações policiais no Rio de Janeiro. 


A ação prevê que as polícias justifiquem a "excepcionalidade" para a realização de uma operação policial numa favela durante a pandemia. Antes, essas restrições estavam em vigor por força de liminar dada pelo ministro Edson Fachin.

A "ADPF das Favelas" foi proposta pelo PSB em novembro de 2019, mas só entrou em vigor em junho de 2020. Trata-se de uma ação coletiva com a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, Educafro, Justiça Global, Redes da Maré, Conectas Direitos Humanos, Movimento Negro Unificado, Iser, Iniciativa Direito à Memória e Justiça Racial/IDMJR, Coletivo Papo Reto, Coletivo Fala Akari, Rede de Comunidades e Movimento contra a Violência, Mães de Manguinhos.

Bolsonaro comparou a decisão da Suprema Corte com um filme de cowboy e disse que quanto mais "protegida" é a área, mais armados ficam os criminosas.

“É algo parecido quando a gente via filme de cowboy no passado, quando alguém cometia um crime nos Estados Unidos e ele fugia. Quando chegava no México, a patrulha americana não podia entrar naquele estado, e ele tava em paz no México. A mesma coisa acontece no Rio de Janeiro. Nessas áreas protegidas no STF, quanto mais protegido, melhores armados vão ficando e quando entram em ação o lado de cá, lado da lei, por mtas vezes sofre baixas como aqui do prezado paraquedista cabo de Paula. Nosso sentimentos aos familiares que deus conforte ai acolha o de Paula na sua infinita bondade.”

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