O Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) divulgou nesta terça-feira, 19, uma nota em que critica e classifica como "irresponsável" a atitude do presidente Jair Bolsonaro (PL) de colocar sob suspeita o processo eleitoral brasileiro, perante embaixadores de vários países, em reunião realizada nesta segunda-feira, 18, no Palácio da Alvorada.
"A manifestação irresponsável do presidente envergonha o país diante da comunidade internacional, desinforma a opinião pública e visa a delinear um cenário de instabilidade institucional, que venha a motivar um inadmissível ato de ruptura constitucional”, afirma a nota, assinada pelo presidente nacional do IAB, Sydney Sanches, e pela Comissão de Defesa da Democracia, das Eleições e da Liberdade de Imprensa.
Em nota, a IAB afirma que é "é dever das instituições da sociedade civil defender a lisura do processo eleitoral eletrônico e depositar integral confiança na condução do TSE, a fim de garantirmos a segurança da institucionalidade da transição democrática decorrente do resultado das eleições".
Leia a nota na íntegra:
"O Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) vem reafirmar o seu compromisso em defender, de forma intransigente, o processo eleitoral para escolha democrática dos candidatos, por meio do voto eletrônico, que vem sendo consagrado no país e sob a jurisdição exclusiva da Justiça Federal.
Nos países de tradição democrática é dever constitucional de todo chefe de Estado defender as instituições nacionais, a independência dos poderes e os valores da República.
As declarações do presidente da República, proferidas em reunião por ele convocada com embaixadores de vários países, onde repetiu o discurso sem provas e infundado de questionamento ao processo eleitoral e, mais uma vez, atacou os ministros do STF e do TSE, confirmam seu reiterado propósito em deslegitimar os poderes constituídos, as urnas eletrônicas que o elegeram e o papel da imprensa.
A manifestação irresponsável do presidente envergonha o país diante da comunidade internacional, desinforma a opinião pública e visa a delinear um cenário de instabilidade institucional, que venha a motivar um inadmissível ato de ruptura constitucional.
Neste momento sensível da história brasileira, é dever das instituições da sociedade civil defender a lisura do processo eleitoral eletrônico e depositar integral confiança na condução do TSE, a fim de garantirmos a segurança da institucionalidade da transição democrática decorrente do resultado das eleições.
Afirmaremos sempre que é imperativo o respeito ao Estado Democrático de Direito fundamentado na soberania, no exercício da cidadania e no pluralismo político, e não iremos desistir de denunciar e combater qualquer manifestação que venha a alimentar o descrédito às eleições e à democracia".
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