A Polícia Federal (PF) pediu ao ministro Luís Roberto Barroso a inclusão do ministro da Economia, Paulo Guedes , como investigado em inquérito que tem como alvo o senador Renan Calheiros (MDB-AL), por suspeitas de irregularidades envolvendo o Postalis, o fundo de pensão dos funcionários dos Correios.
A PF pediu também autorização para a produção de um relatório de inteligência financeira das empresas dele no período que vai de janeiro de 2010 a dezembro de 2016.
A PF disse que podem ter sido cometidos os crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e organização criminosa. O documento é assinado pelo delegado Bruno Calandrini.
Segundo a PF, foi Márcio André Mendes Costa, um empresário no ramo de educação, quem envolveu Guedes no caso. Em depoimento, Costa contou que, em fevereiro de 2011, a empresa que comandava fez um lançamento de debêntures no mercado financeiro.
Ele disse que o fundo BR Educacional, que era gerido por Guedes, tinha recebido antes um aporte de recursos do Postalis. Assim, Costa foi conversar com Guedes, que então sugeriu que Costa apresentasse debêntures também à Postalis. O fundo dos Correios acabou de fato investindo na empresa de Costa. Na época, Guedes não era ministro da Economia, cargo que passou a ocupar em janeiro de 2019.
A PF afirma que a partir do teor de depoimento, e de reportagens jornalísticas da época, que levantaram suspeitas sobre "os excessivos ganhos do fundo criado por Paulo Guedes que extraordinariamente alavancou recursos milionários", é necessário colher o depoimento do ministro. Também disse que será feito um cruzamento de dados e relatórios de inteligência financeira das empresas de Guedes.
Uma das reportagens citadas pela PF diz que, em seis anos, Guedes captou R$ 1 bilhão de fundos de pensão de funcionários de empresas estatais geridos por indicados do PT e do MDB.
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