Ex-assessor de Gabriel Monteiro, Vinicius Hayden Witeze
Reproduçao TV Globo
Ex-assessor de Gabriel Monteiro, Vinicius Hayden Witeze

Morreu na noite deste sábado Vinicius Hayden Witeze, ex-assessor de Gabriel Monteiro, em um acidente de carro na RJ-130, estrada que liga Teresópolis a Nova Friburgo, na região Serrana. Hayden prestou depoimento na última quarta-feira na Câmara de Vereadores do Rio no processo que pode culminar na cassação de Gabriel Monteiro . Vinícius Haydan relatou sofrer ameaças , entrou e saiu da Câmara cercados por seguranças e usando um colete a prova de balas.

De acordo a Polícia Civil, o acidente foi registrado na 110 DP (Teresópolis). Agentes fizeram uma perícia no local e as primeiras informações indicam que o motorista perdeu a direção do veículo ao entrar em uma curva da rodovia. Uma sobrevivente relatou aos policiais da distrital que não houve intervenção de terceiros no acidente.

Em suas redes sociais, Gabriel Monteiro disse lamentar a morte do ex-assessor. O vereador também acusou Vinícius Hayden de forjar provas contra ele:

"Quem me conhece sabe que não desejo mal a ninguém. Meu ex-assessor que tinha sido pego oferecendo 600 mil reais a outro assessor para forjar provas contra mim. Que foi flagrado junto com o 02 da máfia do reboque. Morreu num acidente. É triste demais. Jamais torceria por esse fim! Após tentarem me forjar em estupros, pedofilias, assédios, e mil outros crimes . Vão falar que eu o matei. De coração, que ele esteja com Deus. Imagino a dor dos seus pais, pessoas maravilhosas.", escreveu Monteiro.

Depoimentos na Câmara indicam 'tocaia'

Em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara de Vereadores do Rio, Vinícius Hayden afirmou que havia uma orientação para investigar parlamentares a fim de produzir vídeos que os constrangessem publicamente. O ex-assessor já havia contado à Polícia Civil que integrava um setor de funcionários do vereador criado para investigar pessoas apontadas por Monteiro, com o intuito de produzir vídeos que agradassem seu público e lhes garantisse uma boa monetização. De acordo com Alexandre Isquierdo (União), presidente do Conselho, um dos alvos dessas investigações foi a vereadora e ex-secretaria de Assistência Social Laura Carneiro (PSD):

"Foram depoimentos ricos, robustos e que vão ajudar o relatório final. A testemunha disse que havia a orientação de investigar fatos impactantes para constranger outros vereadores. Não que os vereadores tenham preocupação sobre isso, mas se ocorreu, é no mínimo antiético. Ele queria, supostamente, algo próximo do que foi feito com o Coronel Íbis. Com a vereadora Laura Carneiro havia uma orientação de perseguir, ficar em tocaia, investigar que horas ela saía e entrava na secretaria, para onde e como ela viaja. De certa forma isso nos surpreendeu", afirmou Isqueirdo.

O relator do processo Chico Alencar (PSOL) disse que a defesa do vereador fez perguntas com o intuito de desqualificar as testemunhas, sem entrar no mérito da investigação:

"Ficou evidenciada a promiscuidade entre a atividade parlamentar e a de youtuber, que é privada. Ambos disseram vir muito pouco à Câmara e não conheciam a atividade interna do gabinete. Trabalhavam muito na casa do vereador. Eles detalharam como foi a produção dos vídeos. Uma palavra que eles usaram frequentemente foi 'manipulação' dos personagens que são contratados para fazer os vídeos", afirmou Alencar.

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