Bandidos atearam fogo a veículos durante tentativa de roubo em Guarapuava (PR)
Reprodução Twitter 08/04/2022
Bandidos atearam fogo a veículos durante tentativa de roubo em Guarapuava (PR)

O ministro da Justiça, Anderson Torres, afirmou nesta segunda-feira que o governo federal vai fornecer "todo o apoio necessário" para Guarapuava, no interior do Paraná, que foi atacada na madrugada por criminosos fortemente armados em carros blindados.

De acordo com Torres, a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram enviadas à cidade. O ministro ainda disse estar "em coordenação" com autoridades locais.

Cerca de 30 criminosos fortemente armados invadiram a cidade paranaense, a cerca de 250 km da capital Curitiba, para assaltar uma transportadora de valores. O grupo disparou contra um batalhão da Polícia Militar, fez reféns e incendiou veículos.

Os criminosos, no entanto, não roubaram nada de uma transportadora de valores que foi o principal alvo, segundo o secretário de Segurança Pública do Paraná, coronel Romulo Marinho.

— Eles não lograram êxito. Queriam chegar na (transportadora) ProForte, que tem fluxo de recursos, de dinheiro — disse o secretário em coletiva nesta segunda-feira. — A princípio não tinha ninguém, e eles não entraram na empresa. Não conseguiram chegar na empresa para subtrair dinheiro.

De acordo com o secretário, os criminosos estavam em oito a dez veículos, sendo que seis deles foram apreendidos pelas autoridades. Dois policiais e um civil foram feridos durante a ação.

Os cabos José Douglas Bonato e Ricieri Chagas estão internados, mas apresentavam quadros estáveis. Bonato foi atingido na perna e submetido a uma cirurgia bem-sucedida. Já Chagas teve um ferimento na região do crânio e estava sedado da UTI.

— O plano de contingência do 16º Batalhão da Polícia Militar funcionou de forma muito adequada. Tentaram neutralizar a saída dos veículos, mas o pessoal que estava fazendo as rondas percebeu a movimentação — afirmou Marinho.

Segundo o comandante-geral da PMPR, coronel Hudson Teixeira, desde ataque semelhante em Cricíuma no ano passado, a equipe de inteligência monitora ações dessa natureza. Ele afirmou que havia indicativos de que o estado poderia ser alvo desse tipo de crime e, por isso, já existia um plano de contingência.

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— Os indivíduos tentaram acessar os cofres, não conseguiram. Efetuaram disparos de armas de fogo da ProForte em direção aos nossos policiais. Na fuga, abandonaram oito veículos, dos quais cinco são blindados — disse. — Eles tinham mochilas para socorro próprio, com mantimentos. São indivíduos que vieram preparados para, em caso de fuga, pegar uma área de mato.

Vídeos feitos por moradores e compartilhados nas redes sociais mostram um cenário de guerra no município. As gravações exibem blindados do Exército circulando pelas ruas e veículos em chamas. Em algumas, é possível ouvir tiros e explosões.

Até o momento, foram apreendidos cinco veículos, quatro capacetes balísticos e nove armas de fogo, entre elas sete fuzis. Aproximadamente 200 policiais participam das buscas pelos criminosos. Helicópteros sobrevoam a área rural nos arredores de Guarapuava.

Segundo registros do Corpo de Bombeiros do Paraná, ao menos três veículos foram incendiados. Houve confronto entre criminosos e policiais, e o Exército foi acionado para auxiliar. O bando conseguiu fugir em um comboio em direção ao interior do estado e está foragido.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, comunicou que reforços da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal já foram enviados à cidade. Ele afirmou que a pasta está em coordenação com o governo local "para prover todo o apoio necessário".

Guarapuava, que tem cerca de 183 mil habitantes, foi um dos assuntos mais comentados do Twitter durante a madrugada desta segunda-feira. A atriz Larissa Manoela, nascida na cidade, publicou que estava com o "coração apertado" e pediu que a população se protegesse.

O episódio se assemelha a invasões registradas recentemente em municípios como Araçatuba (SP), Criciúma (SC) e Cametá (PA), também invadidos e sitiados por criminosos com grande poderio bélico. Esse tipo de ação em que quadrilhas especializadas miram cidade de pequeno e médio porte do interior e geralmente atacam agências bancárias e batalhões da polícia ficou conhecido como "novo cangaço".

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