Gabriel Monteiro
Reprodução/Instagram
Gabriel Monteiro

No começo da tarde desta sexta-feira, um dos advogados do  vereador, youtuber e ex-PM Gabriel Monteiro (sem partido) compareceu à Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Jacarepaguá, na condição de representante legal do parlamentar, para saber detalhes do inquérito em que Monteiro é investigado, sob a acusação de estupro, abuso sexual e importunação sexual . Ao contrário do que diz a Polícia Civil, Celso Figueiredo negou que o político tenha sido intimado a prestar esclarecimentos. Segundo a delegada Giselle do Espírito Santo, responsável pelo inquérito, o vereador teria que ter ido ao local ontem. O advogado afirmou, no entanto, que seu cliente “está disposto a colaborar com as investigações”. Nesta quinta-feira, Monteiro também usou as redes sociais para dizer que iria à delegacia prestar esclarecimentos.

"Eu estive aqui porque o vereador está disposto a colaborar com as investigações. A imprensa divulgou que ele não compareceu aqui ontem. Mas ele só não compareceu porque não foi intimado. E sabemos que a intimação é personalíssima. Ele não recebeu essa intimação. Mas, ainda sim, no intuito de colaborar, eu vim hoje para que ele pudesse ser ouvido hoje", afirmou Figueiredo ao deixar a Deam de Jacarepaguá.

Nesta quinta-feira, em suas redes sociais, após usar a tribuna da Câmara dos Vereadores para desafiar as vítimas a provar algo contra sua conduta, ele escreveu: “O depoimento na Polícia Civil das inúmeras provas que tenho sobre a tentativa em massa de me derrubar está marcado para amanhã (hoje)”.

Entretanto, a defesa do parlamentar reiterou que ele não sabia do depoimento e que ele não foi intimado. O advogado de Monteiro disse que ele vai prestar esclarecimentos na próxima semana.

"Todavia, a autoridade policial achou por bem que ele voltasse na próxima semana, em uma data a ser ajustada, na próxima quarta-feira, para que ele pudesse prestar esclarecimentos que, por certo, ele se fará presente. Estou saindo daqui hoje, como representante dele, ciente da data da nova intimação. Ele se fará presente para o depoimento", finalizou.

Detalhes da acusação

Gabriel Monteiro é alvo de um inquérito que apura assédio sexual contra uma ex-assessora e estupro de uma mulher, com quem teria tido, inicialmente, uma relação consensual. A delegada Giselle do Espírito Santo afirmou ainda que ele é investigado por importunação sexual, já que ele é acusado de acariciar sem consentimento mulheres de sua equipe. Segundo ela, como as investigações estão ainda no começo, a remarcação do depoimento não afetará o andamento do inquérito.

Luiza Caroline Bezerra Batista trabalhava para os canais do vereador na internet e afirma que algumas situações inconvenientes estão registradas nos vídeos em que ela ajudava a gravar .

No último domingo, o Fantástico, da TV Globo, mostrou que funcionários e ex-funcionários do parlamentar o acusam de assédio sexual e moral. Uma jovem que teve relacionamento consensual com Monteiro o acusa de estupro. Segundo ela, no meio da relação, o ato evoluiu para um abuso sexual, porque ela diz que pediu para que ele parasse, o que não aconteceu. Ele tem negado todas as denúncias.

“Ele me abraçava assim por trás (e dizia), 'te amo' e não sei o que, 'você é minha amiga'. Beijava o meu rosto, saía de pênis ereto e ia mostrar para o segurança", relatou a mulher ao Fantástico. E ela completou: "Uma vez, foi no carro que ele começou pedindo para fazer massagem no meu pé. Puxou meu pé e fez massagem. Eu tentava tirar o pé e ele segurava. Aí foi começando a passar a mão nas minhas pernas. Foi para o banco de trás e começou a me agarrar, me morder, me lamber", disse a ex-assessora, que completou:

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“Dá pra ver  (nos vídeos) que ele chegava a passar (a mão). Eu falava: ‘Gabriel, não gosto de gravar esses vídeos, você sabe. E toda vez ele ficava descendo a mão’. Cansou de passar a mão na minha bunda. E eu segurando a mão dele”.

Após sete meses de trabalho para o vereador, ela acabou procurando um psiquiatra e entrando com um atestado médico.

"Eu queria tirar minha própria vida, porque eu me sentia culpada. Será que estou usando alguma roupa que está causando isso? Será que a culpa é minha de alguma forma? Aí eu começava a pedir a deus para me levar".

Na última segunda, após a reportagem do Fantástico, a delegada Giselle do Espírito Santo, da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Jacarepaguá, disse ao GLOBO que a denúncia era grave e que todos os detalhes tinham que ser apurados.

"É um crime grave e temos que apurar todos os detalhes. Sempre temos que escutar com toda a atenção a vítima", afirmou Espírito Santo.

Nos próximos dias a mulher que afirma ter sido estuprada  pelo parlamentar será ouvida. Ela e os ex-assessores Heitor Monteiro Lobby e Mateus Souza, que relatam terem sido acariciados pelo parlamentar, serão ouvidos como testemunhas das mulheres .

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