Bolsonaro chega na Rússia para reunião com Putin
Reprodução / TV Brasil
Bolsonaro chega na Rússia para reunião com Putin

Em uma conversa telefônica na última segunda-feira, um dia antes de o presidente Jair Bolsonaro embarcar para a Rússia, o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, assegurou ao chanceler ucraniano, Dmytro Kuleba, que a viagem será focada em temas econômicos e comerciais. Com isso, França demonstrou que a visita de Bolsonaro não pode ser interpretada como um sinal de apoio a Moscou na crise com a Ucrânia.  

Com uma comunidade de cerca de 500 mil pessoas no Brasil, os ucranianos sempre deixaram claro que viam com preocupação a visita de Bolsonaro à Rússia, assim como seu encontro com o presidente Vladimir Putin, previsto para esta quarta-feira. Putin enviou cerca de cem mil soldados à fronteira com a Ucrânia e, embora seu governo tenha anunciado a desmobilização de parte das tropas, o risco de uma invasão àquele país permanece.  

Segundo um interlocutor do governo, Carlos França reiterou a Kuleba a posição brasileira em defesa de uma solução diplomática para o impasse. Para França, o encaminhamento em direção a um acordo deve ser feito pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, do qual o Brasil é membro rotativo, com um mandato de dois anos que começou em janeiro.  

Diante da proximidade da visita a Moscou, que começou nesta terça-feira, o governo brasileiro foi aconselhado pelos Estados Unidos a emitir algum tipo de sinal de apoio à Ucrânia neste momento. Os ucranianos também pediram o mesmo. Mas o próprio Bolsonaro foi orientado pelo Itamaraty a não falar sobre o tema, a não ser que Putin tocasse no assunto. 

Também na conversa, os dois ministros falaram sobre o aniversário de 30 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Ucrânia, comemorado na sexta-feira passada. Trataram, ainda, da parceria estratégica entre os dois países, estabelecida em 2009, que tem como destaques a cooperação em defesa e em saúde e a busca de oportunidades para ampliar o comércio bilateral.

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