O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga , afirmou nesta segunda-feira (20) que os nomes dos técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que aprovaram a vacina contra a Covid-19 para crianças entre 5 e 11 anos devem ser divulgados.
Queiroga apoia Jair Bolsonaro (PL) , que na última quinta-feira (16) solicitou em sua live semanal os nomes dos técnicos que trabalharam na decisão da Anvisa. O chefe do Estado pediu a informação em tom de ameaça e de forma "extraoficial".
“Eu pedi, extraoficialmente, o nome das pessoas que aprovaram a vacina para crianças a partir de 5 anos. Nós queremos divulgar o nome dessas pessoas para que todo mundo tome conhecimento de quem são essas pessoas e, obviamente, formem o seu juízo. […] Você tem o direito de saber o nome das pessoas que aprovaram a vacinação a partir de 5 anos para o seu filho”, disse o presidente durante a live.
Após a solicitação de Bolsonaro, a Anvisa emitiu uma nota oficial repudiando “com veemência” qualquer ameaça “explícita ou velada que venha constranger, intimidar ou comprometer o livre exercício das atividades regulatórias” do órgão.
No último domingo (19), a Anvisa divulgou um comunicado dizendo que a agência havia registrado novas ameaças aos servidores após anunciar a aprovação da vacina da Pfizer contra Covid-19 para crianças.
Esta é a segunda vez que membros do órgão recebem ameaças após aprovarem a vacinação infantil. A agência requisitou proteção policial e relatou o caso ao Gabinete de Segurança Institucional da Segurança da República (GSI), à Polícia Federal e à Procuradoria-Geral da República (PGR).
Nesta segunda, o ministro da Saúde defendeu o comportamento do presidente.
“O serviço público é caracterizado pela publicidade dos seus atos. Todos os técnicos que se manifestam em processos administrativos […] tem que ser publicados os atos. A não ser os atos que são mais restritos, mas não há problema em se ter publicidade dos atos da administração, isso é até um requisito da constituição. O presidente Bolsonaro é um grande líder, tem nos apoiado fortemente aqui no Ministério da Saúde”, afirmou Queiroga.