O Ministério Público decidiu reavaliar a denúncia feita contra a comerciante negra, de 51 anos, que foi pisoteada por policiais militares em frente ao bar que administra. Na última terça-feira (19), o MP ofereceu denúncia contra a mulher por quatro crimes
que ela teria cometido.
Ela sofreu quatro acusações: infração de medida sanitária preventiva, desacato, resistência e lesão corporal contra um dos agentes envolvidos no caso.
Ontem, porém, a promotora Flávia Lias Sgobi recuou da própria decisão, dizendo que foram apresentadas novas provas do caso através da imprensa.
"Os policiais militares, vítimas nestes autos, foram denunciados perante à Justiça Militar pela prática de lesão corporal e abuso de autoridade, pelos mesmos fatos apurados neste inquérito policial. Consta, ainda, a publicação de um vídeo registrando os fatos. Diante disso, a subscritora solicitou informações à Promotoria da Justiça Militar para confirmar a veracidade das informações. Nesse cenário, há fatos novos que devem ser analisados pelo Ministério Público", disse no auto divulgado.
"Considerando que a denúncia ainda não foi recebida e a existência de fatos novos, requeiro nova vista dos autos para melhor análise", acrescentou a promotora de justiça.
O caso aconteceu em 30 de maio de 2020, em São Paulo. Um vídeo feito por testemunhas mostra um dos PMs pisando no pescoço da comerciante, que chega a desmaiar após se debater.
Ela admitiu ter batido três vezes com o rodo contra um policial ao presenciar um amigo ensanguentado apanhando do agente. Ao soltar o item, ela afirma ter recebido socos no peito, chutes e puxão de cabelo.