Comerciante foi pisoteada por PM em São Paulo
Reprodução/ TV Globo
Comerciante foi pisoteada por PM em São Paulo


A comerciante de 51 anos que foi pisoteada no pescoço por um policial militar em Parelheiros, na zona Sul de São Paulo, em maio do ano passado, foi denunciada por quatro crimes pelo Ministério Público. A instituição acusa a mulher de infração de medida sanitária preventiva, desacato, resistência e lesão corporal contra um dos policiais envolvidos.


As imagens da agressão que ela sofreu tiveram grande repercussão na época e foram comparadas à ação criminosa que levou à morte de George Floyd , homem estadunidense que foi sufocado por um policial que ajoelhou sobre seu pescoço. Em comum, Floyd e a comerciante são negros, o que levantou discussões sobre o racismo nas ações policiais.


No caso da brasileira, de acordo com o UOL, a promotora Flávia Lias Sgobi ofereceu a denúncia à Justiça nesta terça-feira (19). Em resposta, o advogado da vítima, Felipe Morandini, disse ao portal que o ato do MP é "estapafúrdio".


"Eu recebi essa denúncia com bastante estarrecimento, não esperava. Até por causa de tudo que foi noticiado e considerando o avanço do processo que corre na Justiça Militar, contra os policiais, o que se esperava era o arquivamento do inquérito, mas infelizmente isso não aconteceu", criticou o advogado.

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Ele pontua que a denúncia é uma cópia do boletim de ocorrência lavrado contra a comerciante no dia da agressão. Na ocasião, ela e dois clientes foram indiciados por resistência, desobediência, desacato e lesão corporal no 101º DP.



A publicação lembra que, em depoimento à Polícia Civil do estado, em junho, a comerciante relatou que ouviu barulhos na porta do bar que administra por volta das 13h30 do dia 30 de maio de 2020. Após isso, ela saiu com um rodo nas mãos e disse ter visto um amigo ensanguentado, apanhando dos agentes. Nesse ponto, ela admitiu ter batido três vezes com o rodo contra o policial a fim de que ele soltasse o cliente e afirmou que foi agredida com socos no peito, chute na perna e puxão de cabelo.


O UOL conta que, dias depois, PMs ainda voltaram ao local para procurar imagens que pudessem prejudicá-los, além de terem prestado o falso depoimento de que foram agredidos com uma barra de ferro, e não com um rodo, como mostraram as imagens. Com a repercussão do caso na época, a Secretaria de Segurança Pública informou a abertura de um inquérito policial.

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