“O meu filho nasceu de novo. A bala atingiu a virilha e saiu nas nádegas. O médico disse que por um milímetro o meu filho poderia estar morto”, conta o autônomo Evandro da Silva Guimarães, de 48 anos, pai de uma das crianças baleadas durante um tiroteio na Praça da Assembleia, em Saracuruna, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, na tarde de domingo. Evandro relata que no momento do tiroteio, “dezenas de crianças brincavam na praça, já que havia uma comemoração” em sua casa. Além do filho dele, de 11 anos, um menino de 9 também foi baleado, atingido na perna. Os dois foram encaminhados para o Hospital estadual Adão Pereira Nunes, também em Caxias, e já receberam alta. Testemunhas contaram que criminosos encapuzados tentaram matar um homem que estava no local. Ele conseguiu fugir.
"Estávamos em um almoço de família, o que é de costume aos domingos, e depois das 15h30 meu filho e outras crianças foram brincar aqui na praça. Quando deu 16h, começou uma intensa troca de tiros. Corremos para pegar o meu filho, já que aqui é um bairro que tem muitas crianças e tem uma área de lazer com espaço para futebol, basquete, etc. Nesse momento vimos uma correria generalizada e muitas crianças correndo. Quando vimos vem o meu vizinho carregando o meu filho. Ele disse que era para a gente ficar calmo porque o meu filho havia sido baleado. Entramos em desespero. Colocamos ele no carro e saímos correndo para o médico", lembra Edvaldo.
Os dois meninos foram levados para Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de Saracuruna. De lá, as crianças foram transferidas para o Pereira Nunes.
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"Já no hospital, o médico disse que a bala entrou na virilha e saiu nas nádegas. O médico disse que por pouco o meu filho não morria, já que passou perto da veia femoral. O médico disse que ele nasceu de novo. Ele recebeu alta e agora está dormindo, descansando um pouco desse susto", completa o pai da criança que recebeu alta no final da noite de ontem.
O outro menino recebeu alta durante a madrugada desta segunda-feira, de acordo com a direção da unidade médica.
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De acordo com Edvaldo, testemunhas contaram que dois homens encapuzados desceram de um carro e começaram a atirar em um homem que conseguiu escapar. O tiroteio durou cerca de 10 minutos.
"Foi desesperador. Uma sensação horrível. Não estamos seguros em nenhum local".
O caso é investigado pela 60ª DP (Campos Elísios), que já ouviu depoimentos de algumas testemunhas e tenta identificar quem são os atiradores e quem seria o alvo deles.