Delegado Da Cunha
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Delegado Da Cunha

Carlos Alberto da Cunha, delegado da Polícia Civil de São Paulo , mais conhecido como o Delegado Da Cunha, desembolsou cerca de R$ 14 mil para manter uma  estrutura particular para filmar operações e divulgar vídeos na internet durante o período de um ano e seis meses, segundo investigação da Corregedoria. O salário médio dele na polícia tem sido de R$ 10.470 líquidos.

As informações estão no relatório de indiciamento de Da Cunha reveladas pelo jornal Folha de S.Paulo, nesta terça-feira (28).

De acordo com a investigação, a equipe do delegado não pertence às forças de segurança do estado, porém, alguns deles dirigiram viaturas, tomaram depoimentos em ocorrências, usaram roupas semelhantes à de policiais e ostentaram armas nas redes sociais. Além disso, usaram unidades policiais como estúdio para edição de vídeos do delegado.

Da Cunha  é alvo de um inquérito policial instaurado pela Polícia Civil para apurar se o agente de segurança utilizou de armas, viaturas e servidores para se promover. Ele também é suspeito de simular prisões para gravar vídeos. Atualmente, seu canal do YouTube possui 3,6 milhões de inscritos. 

A investigação sobre a equipe particular do delegado teve início após a polícia receber denúncia anônima de um suposto ex-colaborador.

O denunciante encaminhou um documento com uma série de dicas de irregularidades a serem investigadas pela Corregedoria, além de fotos com a atuação de parte da equipe de Carlos Alberto.

Além disso, no inquérito há informações de policiais testemunhas de  que Da Cunha costumava levar em viaturas oficiais os três funcionários particulares responsáveis por gravar vídeos de operações.

As irregularidades podem configurar, segundo policiais ouvidos pela Folha de São Paulo, usurpação de função pública e violação de sigilo funcional. Ainda, elas reforçam a hipótese de crime de peculato, já que Da Cunha estaria usando a estrutura da Polícia Civil para fins particulares .

Da Cunha foi afastado do cargo de delegado em julho deste ano, após uma série de investigações da polícia. Em seguida, o policial pediu afastamento por dois anos sem salários e  fliou-se ao MDB, pois quer ser candidato a governador de São Paulo.

A polícia de São Paulo passou a investigar também a origem dos recursos do delegado para pagamento da equipe de filmagens, visto que o salário dele seria insuficiente.

Segundo a investigação, Da Cunha gasta ainda cerca de R$ 9.000 mensais com aluguel e condomínio do apartamento em que mora.

Em resposta enviada à Folha de S.Paulo, o delegado Da Cunha disse que a reportagem utiliza informações sigilosas e que buscam prejudicar a imagem dele.

Procurado pela Folha de S.Paulo, o delegado disse nesta terça-feira (28) que o jornal distorce os fatos e veicula mentiras com o objetivo de prejudicar a imagem dele.

"As informações veiculadas na matéria são mentiras e de forma alguma condizem com a realidade. Já estamos tomando as medidas judiciais cabíveis quanto ao acesso indevido da Folha de S.Paulo aos autos", afirmou Da Cunha.


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