Falsa médica passa por audiência de custódia e é mantida presa
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Falsa médica passa por audiência de custódia e é mantida presa

Na audiência de custódia, o juiz Antonio Luiz da Fonsêca Lucchese, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, decidiu manter presa a estudante de Odontologia Nathiely da Silva do Nascimento, de 20 anos , que fingia ser médica do Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, Zona Sul do Rio.

O magistrado levou em consideração a prisão em flagrante da mulher, que apresentou crachá falso da unidade, jaleco, além das postagens nas redes sociais, "tudo colaborando para os indícios de que o flagrante não seria algo isolado na vida da custodiada".

Na decisão também foi considerado o ato grave por constar o depoimento de uma médica diretora do Hospital Miguel Couto, que disse ter recebido denúncias de que uma falsa médica atendia na unidade. Na prisão, na última quinta-feira, dia 19, Nathiely foi encontrada no refeitório.

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"Ela, ao ser abordada, teria apresentado diversas razões para justificar o porquê de estar ali, sendo certo que estava de jaleco branco. Num primeiro momento teria dito que estaria sem o crachá e que seria acadêmica de medicina. Depois teria afirmado que aguardaria um médico. Por fim, teria apresentado a indigitada carteira, que seria falsa. Ato contínuo, teria dito que teria transferido sua faculdade de odontologia para medicina, mas ainda não cursaria. Todos esses fatos revelam a gravidade em concreto do ocorrido para justificar a prisão da indiciada (...) Neste prisma, tudo indica que o restabelecimento da liberdade da custodiada gera ofensa à ordem pública, assim considerado o sentimento de segurança, prometido constitucionalmente, como garantia dos demais direitos dos cidadãos", diz o trecho da decisão.

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No Instagram, Nathiely chegava a postar fotos de guias médicas com prescrição de medicamentos como o corticoide prednisona. Nos receituários que compartilhava, constava o carimbo com o nome da jovem.

Aparecica ainda com estetoscópio, carimbo e uma caneta em cima, sugerindo que estava trabalhando, além de ter um avental da rede municipal de saúde do Rio, com a identificação do Hospital Miguel Couto.

Ela também fazia reflexões filosóficas sobre a carreira médica. "A prática da medicina é uma arte, não um comércio. Um chamado, não um negócio", escreveu a estudante em um post.

As informações iniciais levantadas pela polícia são de que Nathiely não fazia atendimentos no Miguel Couto e nem era contratada do hospital. No entanto, os investigadores não descartam que ela possa ter atuado como falsa médica em alguma unidade de saúde do Rio.

A defesa alega que Nathiely não foi presa em flagrante pelo exercício irregular da medicina. A carteira supostamente falsificada estaria no fundo da bolsa, o que indica que não foi usado por ela.


"Adite-se a isto o fato da custodiada ser primária, possuir documentação comprobatória de domicílio fixo no distrito da culpa, possuir apenas vinte anos de idade e tratar-se de imputação a crime que não ostenta violência ou grave ameaça, fato que torna desproporcional o seu encarceramento, pois em suposta condenação, não ser-lhe-ia aplicado um regime tão grave."

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