O Partido Social Democrático (PSD) informou nessa quinta-feira que está adotando as medidas para a expulsão formal da deputada federal cassada Flordelis dos Santos de Souza. A pastora foi suspensa da legenda em agosto do ano passado, após ter virado ré em processo no qual é acusada de ser mandante da morte do marido , o pastor Anderson do Carmo.
Ao Globo, o PSD informou ainda que como Flordelis já estava suspensa, na prática, já estava desligada do partido. Na nota, a legenda não dá previsão de quando vai ocorrer a expulsão e nem qual será o trâmite seguido.
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Flordelis teve o mandato cassado na quarta-feira, durante sessão no plenário da Câmara dos Deputados, por 437 votos a sete. A cassação de Flordelis foi publicada nesta quinta-feira no Diário da Câmara dos Deputados.
No texto, o presidente da Casa, Arthur Lira, informa sobre a decisão tomada em votação no plenário nessa quarta-feira. Com a publicação, a cassação passa a produzir efeitos e a pastora perda a imunidade parlamentar, podendo ser presa. O primeiro pedido de prisão foi feito imediatamente após o fim da sessão na qual Flordelis foi cassada.
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A pastora foi eleita deputada federal em 2018, com quase 200 mil votos, tendo como uma de suas principais bandeiras a desburocratização da adoção no Brasil. Flordelis ficou conhecida por afirmar ser mãe de 55 filhos, a maioria deles apenas afetivos, sem que tenham sido formalmente adotados.
A agora ex-parlamentar relata que sua história de acolhimento de crianças e adolescentes teve início no início dos anos 1990, quando ela ainda vivia na Favela do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, onde nasceu e foi criada. Flordelis afirma que, em apenas uma noite, acolheu 37 crianças que tinham fugido de uma chacina na Central do Brasil, no Centro do Rio.
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Nessa quinta-feira, o advogado Angelo Máximo fez um novo pedido de prisão de Flordelis à Justiça após o desembargador Celso Filho, da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, ter afirmado que não é competente para decidir sobre a solicitação que havia sido endereçada a ele.
O magistrado entendeu que a decisão cabe à juíza de 1ª instância do caso, Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói. Por causa da decisão, o advogado de acusação Angelo Máximo fez uma nova solicitação, dessa vez para a magistrada.
Máximo atua no processo criminal representando o pai do pastor Anderson do Carmo, marido da deputada cassada que foi assassinado a tiros no dia 16 de junho de 2019. Flordelis é acusada de ser mandante do crime. Além do novo pedido de prisão preventiva da pastora, o advogado solicitou ao desembargador Celso Filho que remeta o processo à 1ª instância.
O primeiro pedido de prisão foi feito por Máximo à 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, para onde o processo criminal contra Flordelis foi remetido na última semana.
A ida da ação para 2ª instância ocorreu para o julgamento de recursos de Flordelis contra decisão da juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce determinando que a pastora e outros 10 réus, entre eles sete filhos e uma neta, sejam levados a júri popular.