Estudantes da Faculdade de Direito da USP 'rebatizaram' nesta quarta-feira (11) uma placas da avenida Dr. Arnaldo, na zona oeste de São Paulo (SP). Na ação simbólica, placas que homenageiam personalidades com históricos racistas e eugenistas foram trocadas por nomes de personalidades negras. As informações são da Folha de S. Paulo. O ato foi motivado pelo incêndio da estátua do Borba Gato, ocorrido no dia 24 do mês passado.
“O incêndio foi muito importante por dar início a um debate muito importante no Brasil, que é a necessidade de questionar como é construída a nossa memória histórica. Nós não queremos apagar a história, mas contá-la por outra perspectiva”, disse a estudante Letícia Chagas, presidente do Centro Acadêmico XI de Agosto, formado por alunos da Faculdade de Direito da USP, à Folha .
A avenida Dr. Arnaldo, que homenageia Arnaldo Vieira de Carvalho, fundador da Faculdade de Medicina da USP e membro da Sociedade Eugênica de São Paulo, um movimento racista que defendia o branqueamento da sociedade, passou a homenagear a biomédica brasileira Jaqueline Góes de Jesus, que fez parte do sequenciamento genético do coronavírus dos primeiros casos de Covid-19 na América Latina.
O fundador do Instituto Butantan, Vital Brazil Mineiro da Campanha, também membro da Sociedade Eugênica, teve seu nome retirado de placa na avenida. Em substituição, entrou a escritora negra Maria Carolina de Jesus.
Já a placa que homenageava o professor Amâncio de Carvalho foi trocada por uma homenagem a Jacinta Maria de Santana, mulher negra, que teve seu corpo embalsamado por Carvalho para ser usado em experimentos e trotes estudantis da Faculdade de Direito.