A mulher internada em estado de coma há quase 21 anos no Hospital da Polícia Militar, em Vitória (ES) , não é a uma criança mineira desaparecida em 1976. Um novo teste de DNA foi realizado nesta quinta-feira e, de acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais, o resultado foi negativo.
"Na data de hoje (05/08/2021), os perfis do casal de Minas Gerais e da paciente foram novamente comparados e o resultado previamente apresentado pela Rede Integrada de Perfis Genéticos foi confirmado (exclusão de maternidade e paternidade)", informou a corporação, por meio de nota. Um outro exame já havia sido feito em 2015 e também deu negativo.
Apelidada de Clarinha, a mulher está em um leito do Hospital da PM de Vitória desde que foi atropelada por um ônibus, em 2000. Ela deu entrada na unidade de saúde sem documentos pessoais. Várias formas de identificar a paciente foram tentadas durante as últimas duas décadas, todas sem sucesso. Mas, no ano passado, novos exames fizeram aumentar a expectativa pela descoberta de sua identidade.
Um grupo de papiloscopistas da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) em atuação no Espírito Santo tomou conhecimento do caso e entrou em contato com o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), que vinha atuando na tentativa de descobrir quem é Clarinha.
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A equipe utilizou uma técnica de comparação facial, com buscas em bancos de dados de pessoas desaparecidas com características físicas semelhantes às de Clarinha, explicou o MPES, por meio de nota.
A partir desse trabalho, os papiloscopistas chegaram a uma criança de 1 ano e 9 meses de idade desaparecida em Guarapari, em 1976. Na época do desaparecimento, a família da menina, que é de Minas Gerais, passava férias no Espírito Santo.
Clarinha aparenta ter cerca de 40 anos, de acordo com o MPES. Essa idade é considerada compatível com a da criança sequestrada quando passeava em família pelas praias de Guarapari.
Novos procedimentos foram realizados para comparar as semelhanças físicas entre a menina desaparecida e Clarinha. Um exame de reconhecimento facial foi feito por uma empresa paranaense especializada neste tipo de trabalho, a pedido do MPES. O resultado confirmou que as imagens de Clarinha e a da criança desaparecida em 1976 são compatíveis.
No entanto, a expectativa de finalmente descobrir a verdadeira identidade de Clarinha foi frustrada nesta quinta-feira. A análise genética feita em Minas Gerais apresentou resultado negativo.
"A amostra biológica da paciente internada no Estado do Espírito Santo foi processada pelo Laboratório de DNA Criminal/ES e inserida no Banco de Dados de Perfis Genéticos em novembro/2015", afirmou a Polícia Civil de Minas Gerais. "Caso a paciente fosse filha do casal mineiro, a maternidade/paternidade dessa teria sido confirmada em novembro/2015", acrescentou.