O Ministério Público do Rio (MP-RJ) recorreu da sentença contra Ronnie Lessa e outros quatro cúmplices por obstruírem as investigações dos homicídios da vereadora Marielle e Franco e do motorista Anderson Fernandes . Apesar de terem sido condenados, a promotoria quer aumentar a pena. Lessa foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão, em regime inicialmente fechado. Já a esposa, Elaine Pereira Lessa; o cunhado dele, Bruno Pereira Figueiredo; e os amigos José Márcio Mantovano, o Márcio Gordo; e Josinaldo Lucas Freiras, o Djaca, terão que cumprir quatro anos em regime inicial aberto.
As penas dos cúmplices, conforme decidiu o Juízo da 19ª Vara Criminal da Comarca da Capital, pode ser substituída por duas medidas restritivas de direitos: prestação de serviço à comunidade e limitação de final de semana.
A Força-Tarefa do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado para o caso Marielle Franco e Anderson Gomes (GAECO/FTMA) quer aumentar as penas e modificar os regimes. O recurso é a primeira ação da nova composição da força-tarefa do caso, desde que as promotoras Simone Sibílio e Letícia Emile deixaram o caso ao entregar seus cargos.
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Segundo denúncia do Gaeco/FTMA, os cinco atuaram para impedir e embaraçar a investigação sobre os homicídios da vereadora e do motorista. Na tarde do dia 13 de março de 2019, um dia após a prisão do sargento reformado da PM, Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Queiroz — este último acusado de atuar na emboscada contra a parlamentar—, Bruno conduziu Mantovano até o apartamento do sargento reformado da PM. De lá, os dois retiraram diversas caixas. A ação foi flagrada pelas câmeras de segurança do condomínio.
Em seguida, Mantovano se encontrou com Josinaldo e lhe entregou as caixas, bolsas e malas retiradas do apartamento de Lessa Enquanto Mantovano seguiu para local ignorado, Josinaldo se dirigiu ao Quebra-Mar da Barra da Tijuca, onde alugou os serviços de um barqueiro e lançou ao mar os objetos retirado do apartamento do sargento reformado.
Segundo as investigações da Força-Tarefa do Caso Marielle e Anderson, havia armas de dentro das caixas e da mala. Há indícios de que a HKMP5, usada por Lessa para executar a vereadora, estava junto com as demais. Até hoje a metralhadora não foi localizada pelos investigadores. O plano para descarte das armas e outros objetos de Lessa, de acordo com os investigadores, foi comandado pela mulher e o cunhado de Lessa