Uma mensagem em um outdoor instalado, durante a madrugada desta terça-feira (15) presta tributo ao miliciano Wellington da Silva Braga, o Ecko . A peça, que contém a frase “Quem partiu segue vivendo na nossa saudade e com muito carinho em nossa memória. A comunidade agradece”, além três fotos do criminoso, foi fixada na Praça Sete de Abril, em Paciência, Zona Oeste do Rio , mesmo bairro onde ele foi morto, durante uma ação da Polícia Civil, no último sábado.
O local escolhido costumava reunir centenas de pessoas nos finais de semana para assistir e jogar peladas de futebol. O time já foi patrocinado pelo também miliciano Carlos Alexandre da Silva Braga, Carlinhos Três Pontes, irmão de Ecko.
Após sua morte, em abril de 2017, de acordo com investigações da Delegacia de Repressão as Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE), Ecko assumiu a comando do grupo criminoso
e deixou de ser tão presente nas partidas, mas ainda mantinha o hábito de distribuir premiações em joias e dinheiro aos atletas.
Agora, a especializada investiga quem irá ficar a frente da maior milícia em atuação no estado. Cadernos de contabilidade apreendidos com Ecko mostram parte da distribuição de 137 armas da quadrilha até então chefiada por Ecko.
Em 61 páginas, obtidas pelo GLOBO, são mencionados 32 pistolas, 98 fuzis AR-15, seis 7.62, um paraFAL, além de carregadores e munição. Os registros citam os nomes de outros bandidos e elencam pelo menos 29 regiões no Rio e em municípios da Baixada Fluminense, como Belford Roxo e Itaguaí.
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Estimativas da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme) dão conta de que o armamento citado nas anotações totalizam R$ 7.680.000,00. O cálculo é feita com base em investigações que mostram os valores médios que são negociados no mercado clandestino as pistolas e os fuzis .
De acordo com o delegado Gustavo Rodrigues, titular da Desarme, cada AR-15 - de origem norte-americana e derivada do M16, utilizada pelo Exército dos Estados Unidos - custa aproximadamente R$ 70 mil.
Nos escritos de Ecko, havia menção a 98 fuzis desse modelo. O FAL, de 7.62 milímetros - originário na Bélgica e adotado por militares do Exército brasileiro desde 1964 - e o paraFAL - do mesmo calibre, de fabricação nacional - são citados seis vezes e uma vez, respectivamente, nos cadernos.