Nesta quinta-feira (10), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), voltou a citar o suposto relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) que comprovaria a supernotificação do número de óbitos por Covid-19 no ano de 2020. Segundo contas citadas pelo presidente, se a projeção do documento estiver certa o Brasil será um dos países com menor número de mortes por milhão de habitantes por Covid.
"E agora vem o milagre, se agora nós poderemos ser, não estou afirmando, um dos países com menor número de mortes, por que isso aconteceu? Tratamento precoce!", disse Bolsonaro em evento para divulgação de feitos do Ministério do Turismo. Na ocasião, o presidente também disse que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, desobrigará do uso de máscaras .
Ontem (9), o TCU decidiu afastar por 60 dias o auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, acusado de elaborar o relatório citado frequentemente por Bolsonaro. Segundo a Corte, o documento é fraudulento e um processo administrativo-disciplinar foi aberto sobre o caso que devrá ser investigado Polícia Federal.
Citada pela primeira vez na segunda-feira (7), a existência de um relatório acusando uma supernotificação em mais de 50% no número de mortes por Covid, foi desmentida pelo TCU no mesmo dia.
"O TCU esclarece que não há informações em relatórios do tribunal que apontem que ‘em torno de 50% dos óbitos por Covid no ano passado não foram por Covid’, conforme afirmação do Presidente Jair Bolsonaro divulgada hoje”, afirmou, em nota, a Corte.
As informações falsas do relatório produzido por Alexandre teriam chegado ao presidente por meio do pai do auditor , que é militar e amigo pessoal do presidente.