Wellington Vitorino é o primeiro brasileiro negro aprovado para estudar no MIT
Arquivo pessoal
Wellington Vitorino é o primeiro brasileiro negro aprovado para estudar no MIT

O carioca de Niterói Wellington Vitorino, 26, é o primeiro brasileiro negro aprovado para cursar um MBA no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), uma das universidades mais bem-conceituadas do mundo. De origem pobre, ele chegou a vender picolé na infância e, agora, se planeja para morar em Boston, nos Estudados Unidos, onde vai conquistar o título de mestre em negócios. O objetivo é começar as aulas em agosto deste ano. As informações são do portal R7.

Nascido em Niterói, Wellington morou grande parte da vida em São Gonçalo. Desde criança, ele conta que ouvia da família que, para mudar a sua realidade pobre, era necessário estudar.

Estudou em colégios públicos e recebeu bolsa para uma escola de elite da zona sul do Rio de Janeiro. Foi aprovado em todas as universidades para as quais prestou vestibular e tirou 1000 na redação do Enem. Sempre ligado, de alguma forma, ao empreendedorismo, optou pela bolsa integral do ProUni para Administração de Empresas no Ibmec.

Aos 8 anos de idade, Wellington ajudava o pai a vender de tudo como ambulante na Praia de Saquarema. Aos 12 passou revender picolés. Foi até autorizado pelos policiais da área a vender dentro do Batalhão da Polícia Militar. Ele diz que foi a primeira “virada” de sua vida.

Até os 17 anos, não abandonou o ponto de venda. Sempre mostrava seus boletins escolares ao coronel da instituição, ajudou a conseguir uma bolsa de estudos de 50% em uma escola particular de São Gonçalo. A outra metade Wellington quis pagar com o lucro das suas vendas.

Em seguida, passou a vender doces e chegou a abrir outros 23 pontos na cidade. Toda a família acabou envolvida no negócio. Contratou a tia e um funcionário para as entregas.

Em 2012, assistiu a uma palestra sobre negócios e carreira. E decidiu contar sua história ao palestrante por e-mail. Ação lhe rendeu uma bolsa integral para o terceiro ano do ensino médio na Escola Parque. Com uma defasagem entre o ensino da escola pública e da privada, teve notas baixas e passou por um período conturbado. "No 1º bimestre, fui reprovado em seis disciplinas", conta.

Após o vestibular, no Ibmec, se destacou como bolsista e monitor. Em 2015, foi um dos 24 entre 60 mil candidatos a passar em um processo seletivo da Fundação Estudar. Ao fim, recebeu o prêmio de bolsista do ano, entregue pelo fundador, Jorge Paulo Lemann.

Criou o “ProLíder” para ajudar a formar jovens lideranças. "A cada passo que se dá na vida, precisamos levar outras pessoas conosco. Esse é um dos objetivos do ProLíder", afirma Wellington.

Do projeto, surgiu a ideia de criar o Instituto Four, organização sem fins lucrativos que forma e desenvolve jovens líderes para pensar formas de resolver os problemas e desafios do Brasil.

A organização e o projeto já formaram mais de 200 jovens para atuar no meio público, político e empreendedor – dentre eles prefeitos, vereadores, investidores e pessoas premiadas, além de dois aprovados na Universidade Harvard, também nos EUA.

O Instituto Four também se tornou responsável pelo Four Summit, conferência que debate as principais áreas estratégicas do Brasil, com foco em inovação e tecnologia. A primeira edição, em 2019, reuniu cerca de 700 pessoas para ouvir 90 palestrantes em dois dias.

Estudar no MIT foi um sonho que surgiu aos poucos, durante a sua formação. Wellington fez algumas viagens aos Estados Unidos para conhecer universidades – financiado pela Fundação Educar e por outros empresários – e cada vez mais quis fazer o MBA por lá. Tentou duas vezes, foi aprovado na segunda. Agora, ele vai se afastar por um tempo da diretoria executiva do Instituto Four, mas não pretende abandonar a instituição.

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