A falta de vacinas e insumos para o desevolvimento de imunizantes no país escancarou os problemas criados pelo Itamaraty e outros integrantes do governo Bolsonaro com nações que poderiam auxiliar no combate à Covid-19. Agora, a expectativa é de que essa posição de enfrentamento, em especial com a China, comece a fazer o Ministério das Relações Exteriores "sentir no bolso" e atrase diversos tipos de pagamentos nos próximos três meses.
Segundo informações do blog da jornalista Bela Megale, o Itamaraty já entrou em contato com diversos diplomatas para informar sobre os problemas financeiros da pasta, que podem acarretar em atrasos no pagamento dos aluguéis de embaixadas e consulados, de contas de luz e internet, e até do auxílio moradia dos funcionários.
Ainda de acordo com o texto, a falta de dinheiro só deve ser resolvida quando o Governo Federal definir o orçamento para 2021, o que depende também do aval do Congresso Nacional. O fato, porém, não é inédito: nos últimos anos, se tornou comum o governo iniciar um ano sem a previsão de gastos definida.
Tal situação se soma ao histórico recente de problemas enfrentados pelo chanceler
, apontado por auxiliares de Bolsonaro como o responsável pelo "clima ruim"
com a China e a Índia, o que dificultou o início da vacinação no país.
O desgaste de Araújo é tamanho que o vice-presidente Hamilton Mourão , em entrevista nesta quarta-feira (27), revelou que pode haver uma reforma ministerial após as eleições na Câmara e no Senado e que a pasta das Relações Exteriores poderia ser uma a entrar no pacote.
"Não tenho bola de cristal, nem esse assunto foi discutido comigo. Mas em um futuro próximo, depois da eleição dos novos presidentes das duas Casas do Congresso poderá ocorrer uma reorganização do governo para que seja acomodada uma nova composição política que emergir desse processo. Talvez com isso aí alguns ministros sejam trocados, entre eles, o próprio Ministério das Relações Exteriores ", disse Mourão , em entrevista à Radio Bandeirantes.