Em sua declaração de Imposto de Renda do ano de 2010, o senador Flávio Bolsonaro informou à Receita Federal a realização de "doações em espécie", no valor de R$ 733 mil, para a sua mãe, Rogéria Nantes Bolsonaro. Apesar do alto valor, a doação foi feita em um ano em que Flávio declarou uma redução de patrimônio de 30% e uma dívida de R$ 285 mil. As informações foram publicadas pelo jornal 'O Globo'.
Parte dessa dívida é proveniente de empréstimos obtidos com dois assessores de Jair Bolsonaro, que na época era deputado federal. Já na evolução patrimonial, Flávio tinha informado possuir bens que totalizavam R$ 690,9 mil em 2009, mas o valor caiu para R$ 485,4 mil no ano seguinte.
O período é investigado pelo Ministério Público sob suspeita da existência de um esquema de "rachadinha" em seu gabinete na Alerj. O repasse feito à sua mãe é mais do que quatro vezes os rendimentos recebidos por Flávio de seu salário da Alerj naquele ano, declarados no valor de R$ 173 mil.
No ano de 2010, Flávio também declarou que recebeu "Transferências Patrimoniais - doações e heranças" em um total de R$ 170 mil. No entanto, o senador não explicou para a Receita como obteve esse valor.
Procurado pela reportagem, a defesa do atual senador afirmou: "A defesa do senador Flávio Bolsonaro está impedida de comentar informações que estão em segredo de Justiça. Todos os esclarecimentos foram prestados pelo parlamentar no foro adequado, quando o senador deixou claro que não praticou qualquer irregularidade. Flávio Bolsonaro é vítima de acusações falsas, movidas por interesses políticos de um grupo que constantemente tem vazado informações sigilosas".