Por ter imunidade parlamentar, a deputada não pode ser presa, a não ser em flagrante delito
Fernando Frazão/Agência Brasil
Por ter imunidade parlamentar, a deputada não pode ser presa, a não ser em flagrante delito

A deputada federal Flordelis exonerou de seu gabinete na Câmara dos Deputados, em Brasília,  Gerson Conceição de Oliveira, filho afetivo que está sendo investigado por envolvimento na morte do pastor Anderson do Carmo.

A perda do cargo ocorreu após o jornal Extra ter revelado que a parlamentar estava mantendo o filho como secretário parlamentar mesmo com decisão judicial que a proíbe de ter contato com ele .

Gerson já não consta mais na lista de funcionários em exercício do gabinete, segundo consulta feita ao site da Câmara dos Deputados no início da tarde desta quarta-feira (9).

O nome do filho afetivo está no “histórico de contratação”, onde estão os secretários já exonerados. Ele ganhava um salário de R$ 15,6 mil mensais e estava no cargo desde o início do mandato de Flordelis , em fevereiro do ano passado.

Gerson está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) em um terceiro inquérito aberto para apurar o envolvimento de outras quatro pessoas no assassinato de Anderson. O filho afetivo, que também é pastor, vem comandando os cultos nas igrejas de Flordelis.

Entenda o caso Flordelis

No último dia 24, Flordelis foi denunciada pelo Ministério Público e virou ré por ser mandante da morte de Anderson .

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Na ocasião, cinco filhos e uma neta da parlamentar foram presos. Dois deles, Carlos Ubiraci e André Luiz de Oliveira — que também eram lotados no gabinete — foram exonerados após terem sido presos. Gerson , entretanto, foi mantido no cargo.

Como Flordelis não pode ser presa, em razão de sua imunidade parlamentar, a juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, determinou que a pastora cumpra algumas medidas cautelares.

Uma delas é a proibição de manter contato com qualquer testemunha da morte de Anderson, outros réus no processo e também aqueles que ainda estão sendo investigados, como é o caso de Gerson.

Após conclusão da segunda fase das investigações, na qual Flordelis, sete filhos e uma neta foram indiciados, a Polícia Civil abriu um novo inquérito para continuar apurando a participação de outras pessoas no crime.

Além de Gerson, estão sendo investigados a neta biológica de Flordelis, Lorrane dos Santos Oliveira, a empregada da família, Gilcinéa Teixeira do Nascimento, e o motorista da pastora, Márcio da Costa Paulo, conhecido como Buba.

Gerson chegou à casa de Flordelis em 2006, quando foi acolhido como filho afetivo da pastora. Ele morou na casa até 2013, quando se casou. Filhos afetivos são aqueles nunca adotados formalmente, e que por isso não possuem Flordelis como mãe em suas certidões de nascimento.

Apesar de não ter acontecido uma adoção formal, a Polícia Civil do Rio e o Ministério Público estadual viram indícios de nepotismo — prática pela qual um agente público usa de sua posição para nomear ou contratar parentes — no gabinete da deputada, por isso provas foram encaminhadas para a Procuradoria Geral da República.

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