O Ministério Público estadual do Rio concordou com um pedido de liberdade feito pela defesa de Adriano dos Santos Rodrigues, um dos filhos biológicos da deputada federal Flordelis dos Santos de Souza . O parecer do promotor Carlos Gustavo Coelho de Andrade, que atua junto à 3ª Vara Criminal de Niterói, é do último dia 4. Adriano é um dos cinco filhos da parlamentar presos no último dia 24. Ele, no entanto, não é acusado de envolvimento no assassinato e nas tentativas anteriores de matar o pastor Anderson do Carmo por envenenamento.
Adriano, que está preso no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, foi denunciado por ter participado da fraude de uma carta mudando a versão sobre o assassinato. Ele responde pelos crimes de associação criminosa, uso de documento falso e falsidade ideológica. Em seu parecer, o promotor Carlos Gustavo opinou pela substituição da prisão preventiva de Adriano por medidas cautelares justamente pelo fato de ele não ter participado da trama para matar Anderson.
O MP solicitou que sejam impostas a Adriano cautelares como a proibição de acesso à residência da família, a imóveis e locais de culto ligados à igreja da mãe, e proibição de contato com Flordelis , outros réus no mesmo processo e também testemunhas. Agora, cabe à juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce decidir sobre o destino de Adriano.
O promotor frisou que a possibilidade de substituição da prisão por medidas cautelares não se estende aos outros réus no processo - Flordelis e seus outros seis filhos, além de uma neta -, “aos quais se imputa intensa participação na associação criminosa armada e em complexo projeto homicida”.
De acordo com denúncia do MP, Adriano foi o responsável por repassar para Flordelis uma carta que foi fraudada, alterando a versão de Lucas Cézar dos Santos, um de seus irmãos, do crime. Adriano é acusado de ter buscado a correspondência com Andrea Santos Maia, esposa do ex-policial militar Marcos Siqueira, que estava preso com Lucas. A confecção da carta, segundo a investigação, foi planejada por Flordelis e Adriano tinha conhecimento do plano.
No mesmo parecer, o promotor Carlos Gustavo foi contra a concessão de liberdade para Andrea, conforme pedido por sua defesa. Para o promotor, Andrea e o marido “agiram intensamente engendrando com Flordelis todas as etapas da falsificação da carta”, além de terem antecedentes criminais.
O promotor Carlos Gustavo Coelho de Andrade não foi o responsável pela denúncia e pedidos de prisão no processo. Ele só passou a atuar com o início da ação penal, após o recebimento da denúncia. A juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, no entanto, foi a responsável por receber a pesa acusatória do MP e decretar todas as prisões há duas semanas, incluindo a de Adriano.