Durante live realizada na noite desta sexta-feira (17), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva insinuou que Jair Bolsonaro (sem partido) tenha inventado estar com Covid-19 para promover o remédio cloroquina, que ele defende.
Eu até acho, Haddad, que ele inventou esse negócio de que está com coronavírus para poder dizer que melhorou com a cloroquina. Parece duro, mas eu estou dizendo. Esse cara é capaz de tudo", alfinetou Lula.
Estavam presentes no encontro Fernando Haddad, Flávio Dino e Guilherme Boulos, além de membros da Contraf, um sindicato aliado à CUT.
Lula completou: "Como é que um presidente da República, tenente expulso do Exército, movido pela ignorância, consegue tentar vender todo santo dia pelo rádio, pela televisão e através das fake news que a cloroquina é a salvação contra coronavírus. Sem nenhuma orientação médica, ele ontem disse que vai obrigar a Fiocruz a orientar a cloroquina. É hora dos pesquisadores, é hora dos nossos médicos não aceitarem cumprir orientação", disse.
O ex-presidente ainda defendeu o isolamento social e disse que Bolsonaro estaria alido à Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, para promover o remédio. "Para resolver a crise sanitária, nós precisamos do bom senso do presidente da República e saber que o único remédio que vai curar, que até hoje nós sabemos, é isolamento das pessoas. O isolamento é a única coisa enquanto não tiver a vacina. (...) Eu acho que ele é sócio do laboratório do Trump, não é possível", criticou Lula.
Não faltaram críticas à gestão de Bolsonaro na questão da saúde também. Lula disse que é indmissível a troca tantas vezes do comando da pasta da saúde. "Não é possível que você tenha em poucos meses, com essa crise, três ministros da Saúde. O primeiro, quando começou a gostar do SUS, foi tirado. O segundo se formou e acho que nunca aprendeu a medir a pressão do cidadão, porque se formou oncologista e montou uma empresa de fundo de investimento na oncologia", disse.
Lula ainda reclamou da postura do presidente de colocar generais em posições que deveriam ser ocupadas por pessoas técnicas, se referindo ao general Pazuello no Ministério da Saúde. "Na sua incapacidade de encontrar gente séria na sociedade civil, ele acha que resolve tudo colocando general em todo lugar. O general pode ser bom para muitas coisas, mas não serve para tudo. O general deveria ter recusado", afirmou.