Uma das fotos do ensaio fotográfico da cobra naja que picou estudante de 22 anos
Ivan Mattos/Zoo de Brasília
Uma das fotos do ensaio fotográfico da cobra naja que picou estudante de 22 anos

Quando o jovem estudante de veterinária  Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, de 22 anos, deu entrada no hospital particular Maria Auxiliadora, em Brasília , na última terça-feira (7), o caso parecia ser mais um dos acidentes envolvendo picadas de cobras . Enquanto ele lutava pela vida, no entanto, investigações conduzidas pela polícia apontaram indícios que ele teria cometido o crime de tráfico de animais.

Depois de uma denúncia anônima,  o Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA) encontrou mais 16 cobras exóticas escondidas no núcleo rural Taquara, no Distrito Federal (DF). A principal suspeita é a de que Pedro Henrique seja o dono dos animais.

Encaminhadas para avaliação do estado em que foram encontradas, o Zoológico de Brasília disse que as cobras apreendidas estavam "magras e com lesões nas escamas".

De acordo com a gerente da clínica cirúrgica do zoológico, Fernanda Mergulhão, a equipe de medicina veterinária e de biologia fez a coleta de sangue e a análise clínica e comportamental das serpentes. A especialista disse que "os animais provavelmente não viviam nas condições ideais para um réptil". Entre essas condições estariam umidade e frequência de alimentação adequada, o que ficou evidente pelas escamas danificadas das cobras.

Outro indício de tráfico de animais silvestres foram os objetos encontrados na casa de Pedro Henrique. Segundo a polícia, a descoberta mostra que o local servia como ambiente para a criação de outras serpentes.

Conforme as novas informações foram sendo descobertas, o quadro de saúde do estudante começou a piorar e ele chegou a ser colocado em coma induzido. Por ter sido ferido por uma cobra Naja, espécie com um dos venenos considerados mais letais, Pedro Henrique teve que ser tratado com um soro antiofídico produzido pelo Instituto Butantan, o único produzido no Brasil que poderia ajudá-lo.

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Como a substância era a única produzida no País, o família dele chegou a comprar dez doses dos Estados Unidos, mas elas não chegaram a ser usadas. Por isso, as doses acabaram sendo doadas.

Na quinta-feira (9), Pedro Henrique saiu do coma, mas ainda estava em estado grave internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ele só teve melhora significativa neste sábado (12), mas já foi multado pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) em R$ 2 mil por criação de animais sem autorização.

De vilã a celebridade

Antes apontada como a vilã da história a cobra que picou Pedro Henrique virou celebridade na redes sociais. No Twitter, o animal chegou a ter  perfil criado para divulgação de memes relacionados ao caso.

Depois de ser apreendida, a naja também foi modelo de um  ensaio fotográfico feito pelo zoológico de Brasília. As fotos viralizaram, com a web apontando a beleza do animal.

De acordo com informações do delegado da 14ª Delegacia de Polícia, que fica no Gama, no comércio ilegal de animais a cobra pode chegar a um valor de R$ 20 mil . A espécie é considerada a mais venenosa do mundo e é proveniente de locais da Ásia e África.

Por enquanto, Pedro Henrique segue internado, mas durante seus piores momentos o veneno chegou a causar ferimentos no coração e deixar o braço dele necrosado.

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